Governador do Rio diz que operação com 119 mortos foi ‘um sucesso’: “De vítimas, só policiais”
Cláudio Castro afirma que ação foi 'um duro golpe' na criminalidade
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta-feira (29) que a operação com 119 mortos registrada no estado foi “um sucesso”. Segundo ele, apenas os quatro policiais mortos durante os confrontos são considerados vítimas. “De vítimas, só policiais”, declarou durante entrevista coletiva.
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Castro destacou que a Operação Contenção foi “um duro golpe contra a criminalidade” e classificou o dia como “histórico” para o estado. O governador afirmou que a ação foi a maior operação policial da história do Rio, e que pode marcar o início de uma nova fase no combate ao crime organizado. “Muitos ensinamentos foram tirados. Ontem pode ter sido o início de um grande processo no Brasil. Temos convicção de que podemos vencer batalhas”, declarou.
A operação, que deixou mais de uma centena de mortos, aconteceu nas regiões do Complexo do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. De acordo com a contagem oficial, 64 pessoas morreram apenas na terça-feira, e o número subiu após moradores encontrarem mais corpos em áreas de mata. A ação teve como objetivo prender integrantes do Comando Vermelho, principal facção criminosa do estado.
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Castro também comentou as críticas sobre a falta de apoio do governo federal, que havia sido cobrado pelo envio de blindados. “Não vamos ficar chorando. Ajudaram ou não ajudaram, a gente fez a nossa operação e foi um sucesso. Tirando a vida dos policiais, o resto da operação foi um sucesso”, disse.
O governador ainda afirmou que o trabalho de perícia e fiscalização está sendo feito com transparência e que a contagem oficial de mortos só será confirmada após a entrada de todos os corpos no Instituto Médico Legal (IML). “Não posso fazer balanço antes de todos entrarem, senão vira guerra de números”, ressaltou.
Moradores relataram que ao menos 70 corpos foram levados até a praça São Lucas, na Penha, após a operação. A ação, considerada a mais letal da história do estado, deixou um cenário de guerra na capital fluminense, com tiroteios, veículos queimados e drones lançando bombas durante o confronto entre traficantes e policiais.
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A megaoperação tinha como alvo 69 mandados de prisão contra membros do Comando Vermelho em 180 endereços. Segundo o governo, 81 pessoas foram presas e mais de 100 fuzis foram apreendidos. Castro disse ter conversado com outros governadores, como Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), e afirmou ter recebido apoio pela condução da ação.
“Quem quiser somar com o Rio de Janeiro no combate à criminalidade é bem-vindo. Os outros, que querem fazer politicagem, nosso recado é: suma. Ou soma, ou suma”, afirmou o governador.