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Governo admite oferta de vacina da Pfizer, mas diz que contrato era abusivo

O Governo Federal admitiu, na noite de sábado (23), que recebeu uma oferta de vacinas…

Governo admite oferta de vacina da Pfizer, mas diz que contrato era abusivo
Governo admite oferta de vacina da Pfizer, mas diz que contrato era abusivo

O Governo Federal admitiu, na noite de sábado (23), que recebeu uma oferta de vacinas contra a Covid-19 da Pfizer. Contudo, segundo nota do Ministério da Saúde, as doses causariam frustração aos brasileiros, por serem poucas (2 milhões de doses, mesmo número da Astrazenec), e o laboratório ainda propôs um contrato abusivo.

“As doses iniciais oferecidas ao Brasil seriam mais uma conquista de marketing, branding e growth para a produtora de vacina, como já vem acontecendo em outros países. Já para o Brasil, causaria frustração em todos os brasileiros, pois teríamos, com poucas doses, que escolher, num país continental com mais de 212 milhões de habitantes, quem seriam os eleitos a receberem a vacina”, diz trecho da nota.

Destaca-se que este posicionamento foi uma resposta a uma carta do CEO mundial da Pfizer, Albert Bourla, ao presidente Jair Bolsonaro e alguns ministros em 12 de setembro, divulgada pela CNN Brasil. O documento mostrou, à época, que a empresa tentava fechar um acordo com o governo por causa da grande demanda mundial pelo imunizante.

Acerca do contrato, cujas cláusulas foram chamadas de “leoninas e abusivas”, o ministério elencou cinco trechos. No primeiro, segundo o governo, o País teria que renunciar “à soberania de seus ativos no exterior em benefício da Pfizer como garantia de pagamento”. Em outra cláusula, era demandado “o afastamento da jurisdição e das leis brasileiras com a instituição de convenção de arbitragem sob a égide das leis de Nova York, nos Estados Unidos”.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o contrato previa um total de 2 milhões de doses (sendo 500 mil em cada um dos dois primeiros lotes e 1 milhão no terceiro) no primeiro trimestre, mas com possibilidades de atraso, que não deveria ser penalizado, conforme outra cláusula.

E, por fim: “Que seja assinado um termo de responsabilidade por eventuais efeitos colaterais da vacina, isentando a Pfizer de qualquer responsabilidade civil por efeitos colaterais graves decorrentes do uso da vacina, indefinidamente.”

Justificativa

Desta forma, o governo informou que após a aquisição da vacina do Butantan (Sinovac) e da Astrazeneca/Oxford, dentre outras possibilidades, “representantes da Pfizer tentam desconstruir um trabalho de imunização que já está acontecendo em todo o País. Criando situações constrangedoras para o Governo Brasileiro, que não aceitarão imposições de mercado – o que também não será aceito pelos brasileiros”.

O governo diz, ainda, que não fechou as portas para Pfizer, mas aguardava um posicionamento diferente. “Além da Pfizer, com a qual o Governo Brasileiro continua em negociação, outros laboratórios já estão em fase avançada de negociações com o Brasil, dentro dos princípios e normas estabelecidas.”

A nota lembra, também, que a Pfizer é o único imunizante que precisa ser armazenado e transportado entre -70°C e -80°C, o que implica um intervalo de três semanas entre primeira e segunda doses. “Além disso, o laboratório não disponibiliza o diluente para cada dose – que ficaria a cargo do comprador.”

Confira a nota completa, AQUI.