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‘Grave retrocesso’: Simego participa de plenária que discutirá redução da remuneração médicos em Goiânia

Encontro acontece nesta quarta-feira

'Grave retrocesso': Simego participa de plenária que discutirá redução da remuneração médicos em Goiânia
'Grave retrocesso': Simego participa de plenária que discutirá redução da remuneração médicos em Goiânia (Foto: Divulgação)

O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) confirmou que participará, na quarta-feira (24), da plenária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Goiânia que vai discutir uma nova proposta da prefeitura para redução de pagamentos por plantões aos médicos do município. “Trata-se de um grave retrocesso de direitos legitimamente alcançados e de uma ameaça concreta à continuidade da assistência em saúde da população goianiense”, afirmou em nota.

Ainda segundo o Simego, o sindicato recebeu “com consternação, mas principalmente com preocupação, a retomada de pauta que visa à diminuição da remuneração dos médicos da rede pública municipal, com reduções que variam de 14,3% a 35,37%, a depender da área de atuação e especialidade”. Disse, ainda, que aceita o diálogo construtivo e com o respeito ao contraditório, “mas jamais será conivente com medidas que representem retrocessos à saúde pública e à valorização da categoria médica”.

A reunião foi convocada pelo presidente do colegiado, Venerando Lemes de Jesus, e acontecerá no auditório do órgão, no Setor Leste Vila Nova.  Atualmente, médicos generalistas da rede de Urgência e Emergência recebem R$ 1.680 por plantão de 12 horas (R$ 140 por hora), com acréscimo de R$ 336 aos fins de semana, totalizando R$ 2.016 por turno. 

Pela proposta enviada ao Conselho, o valor cairia para R$ 120 por hora (R$ 1.440 por 12 horas) em dias úteis e R$ 130 por hora (R$ 1.560 por 12 horas) aos fins de semana, representando uma redução de 14,3% e 22,6%, respectivamente. 

Além da mudança para os generalistas, a Prefeitura quer instituir faixas específicas para especialidades médicas, com pagamentos maiores. Entre os exemplos apresentados estão pediatras, psiquiatras e ortopedistas, que passariam a receber R$ 180 por hora em dias úteis (R$ 2.160 por 12 horas) e R$ 190 por hora aos fins de semana (R$ 2.280 por 12 horas).

A nova tabela também define valores para médicos que atuam em outras frentes da rede municipal, como a Atenção Primária (R$ 100 por hora para generalistas), Vigilância em Saúde/SVO (R$ 120/h para generalistas e R$ 200/h para patologistas), Central de Regulação (R$ 120/h a R$ 130/h) e ambulatórios especializados (entre R$ 180/h e R$ 200/h, a depender da especialidade).

Saiba mais AQUI.

Nota do Simego:

O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) recebeu com consternação, mas principalmente com preocupação, a retomada de pauta que visa à diminuição da remuneração dos médicos da rede pública municipal, com reduções que variam de 14,3% a 35,37%, a depender da área de atuação e especialidade.

Trata-se de um grave retrocesso de direitos legitimamente alcançados e de uma ameaça concreta à continuidade da assistência em saúde da população goianiense.

Reafirmamos que o compromisso com o SUS e a saúde pública jamais pode estar associado à desvalorização de quem cuida de vidas. Os médicos já enfrentam diariamente as adversidades de um cenário marcado pela escassez de insumos médicos, estruturas físicas precárias, recursos humanos e materiais insuficientes e pela morosidade no acesso a leitos especializados e cirúrgicos.

Em momentos de crise econômica, é fundamental estabelecer prioridades, reavaliar tecnicamente gastos e capacidades orçamentárias, sempre com zelo pelo melhor funcionamento dos serviços de saúde e pela garantia da assistência à população.

O Simego segue acreditando no diálogo construtivo e no respeito ao contraditório, mas jamais será conivente com medidas que representem retrocessos à saúde pública e à valorização da categoria médica.

Por fim, informamos que amanhã (24), os médicos e o Simego estarão presentes na plenária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Goiânia, acompanhando de perto a discussão deste projeto de redução salarial, em defesa da categoria e da qualidade da assistência prestada à população.