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Greve de tripulantes provoca atrasos em voos na manhã desta segunda-feira

Em Congonhas, apesar da paralisação, não há filas.

Aeroporto de Brasília - paralisação de tripulantes nacional ocorrerá nos principais aeroportos por tempo indeterminado (Foto: Agência Brasil)
Aeroporto de Brasília - paralisação de tripulantes nacional ocorrerá nos principais aeroportos por tempo indeterminado (Foto: Agência Brasil)

Pilotos e comissários entraram em greve nesta segunda-feira, com a paralisação de atividades de parte da categoria em aeroportos de oito cidades brasileiras. Em Congonhas, em São Paulo, eram seis os voos atrasados com destinos a Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Vitória e Recife. No Santos Dumont, havia um voo cancelado e três com atraso até as 7h30.

A paralisação ocorre em aeródromos de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza das 6h às 8h. Mas, por decisão cautelar (provisória) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) proferida na última sexta-feira, 90% dos trabalhadores precisarão manter suas funções no período de greve. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 200 mil.

Em Congonhas, por volta das 7h, havia quatro voos com atrasos: os voos 4032 e 4106 da Azul com destino ao aeroporto de Santos Dumont e a Belo Horizonte, respectivamente; o 1444 e o 1300 da Gol com destino a Brasília e Belo Horizonte, respectivamente. Antes disso, atrasaram voos também a Vitória e Recife. Não havia filas nem tumulto nas áreas de check-in. No saguão do aeroporto, um grupo de tripulantes protestava a favor das reivindicações da categoria.

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que os representa, reivindica a reposição salarial pelo INPC e mais 5% de aumento real.

O TST media as negociações da campanha salarial da categoria, cuja data-base é dezembro. As conversas, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNE), tiveram início em outubro. De lá para cá, foram apresentadas três propostas das empresas, todas recusadas pela categoria. A mais recente delas propunha a reposição foi votada no último domingo e prometia reposição inflacionária e mais 0,5% de aumento real. O texto foi rejeitado por 76,43% da categoria.

Atualmente, o piso salarial de um comissário de voo é de R$ 2.277,43. Já o de um piloto de avião comercial é de R$ 9.400.

Além do reajuste salarial, o SNA pede que sejam respeitados os dias de folga dos tripulantes.

A maneira pela qual a greve foi organizada respeita a decisão do TST. A operação está mantida e todos os tripulantes estão em serviço neste momento. A categoria passou por perdas nos últimos dois anos em meio à pandemia enquanto as empresas aéreas já têm números superiores aos de 2019, com querosene subsidiado pelos governos, e aumentaram o preço das passagens – diz Henrique Hacklaender, presidente do sindicato.

Ele diz que, embora a reivindicação de aumento salarial esteja em 5%, a categoria “espera algum tipo de composição (negociação)” com as linhas aéreas. Para ele, o respeito às folgas, por outro lado, é imprescindível.

Os tripulantes muitas vezes não têm o horário das suas folgas definido e, quando têm, essas folgas são alteradas com frequência. Ninguém quer ver o tripulante operando cansado e mal remunerado. Na última proposta, as empresas incluíram uma cláusula sobre venda de folgas, na contramão do que queremos – afirma ele.

A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informa que, devido à paralisação dos aeronautas na manhã desta segunda-feira (19/12), 10 voos estão atrasados e nenhum foi cancelado até o momento. A concessionária orienta os passageiros a procurar as companhias aéreas para saber o status dos voos.