PESQUISAS

Incêndio no Museu Nacional possibilita descobertas sobre múmias egípcias

O incêndio que destruiu o Museu Nacional em 2018 resultou na perda de muitas peças, incluindo sarcófagos egípcios

Pedro Von Seehausen, arqueólogo do Museu Nacional (Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo)
Pedro Von Seehausen, arqueólogo do Museu Nacional (Foto: Custódio Coimbra - Agência O Globo)

Após o incêndio que destruiu o Museu Nacional em 2018, muitas peças do acervo se perderam, incluindo sarcófagos egípcios. Porém, o fogo trouxe também uma nova oportunidade de pesquisa.

Com a destruição dos sarcófagos de quatro múmias, os cientistas conseguiram examinar em detalhes os vestígios que restaram, revelando informações inéditas. A equipe de arqueólogos encontrou pedaços de bandagens, ossos e amuletos nas cinzas.

Entre as múmias, a mais preservada foi a de Sha-Amun-em-Su, uma sacerdotisa do Egito. Ela foi encontrada com um amuleto chamado “escaravelho-coração”, que resistiu ao fogo. Graças a esse achado, os pesquisadores puderam aprender mais sobre a vida dessa sacerdotisa, como as posições que ela adotava devido à sua função religiosa.

Além disso, a equipe de arqueólogos resgatou outras peças importantes, como uma estatueta de Menkheperre, de cerca de 3.000 anos, que é única no mundo. Esse trabalho de resgate foi difícil e exigiu muita paciência, mas agora o Museu Nacional está trabalhando com a Universidade do Cairo para restaurar essas peças.

O Museu Nacional também é um centro importante de estudos sobre o Egito e, em 2024, assumiu o Projeto Neferhotep, que estuda um complexo funerário no Egito. O projeto envolve diversas universidades e institutos internacionais e busca entender melhor a vida das pessoas que habitaram essas tumbas ao longo da história.

Essa cooperação internacional e os estudos realizados no Egito têm ajudado no trabalho de recuperação do acervo do Museu Nacional, que planeja reabrir parcialmente o prédio em 2025, com a conclusão total das obras prevista para 2028.

Com informações de O Globo