Itália restringe entrada de imigrantes a grávidas, crianças e pessoas com enfermidades
Itália permitiu que 144 pessoas desembarcassem de um navio humanitário que aguardava autorização há duas semanas, mas 35 náufragos seguem a bordo

O novo governo da direita radical da Itália, comandado por Giorgia Meloni, autorizou neste domingo o desembarque de imigrantes doentes e menores de idade do navio da associação SOS Humanity, mas recusou-se a desembarcar 35 homens adultos, informou a ONG.
Três menores e um bebê foram os primeiros a desembarcar do “Humanity 1”, navio de bandeira alemã, nas primeiras horas do dia, seguidos por menores de idade e adultos com problemas médicos, disse Petra Krischok, assessora de imprensa da organização, à AFP.
No total, 144 pessoas desembarcaram no porto da Catânia. A ONG publicou nas redes sociais que o desembarque parcial vai contra as exigências do direito internacional.
O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, disse neste sábado que o governo cumpre suas obrigações humanitárias, mas aqueles que não são “qualificados” para serem recebidos na Itália devem ser acolhidos pelo Estado de bandeira do navio.
O navio alemão é uma das quatro embarcações humanitárias que reivindicam autorização para atracar com pessoas resgatadas no mar. Entre os quatro barcos, que transportam mais de 1.000 pessoas recolhidas no Mediterrâneo, apenas o “Humanity 1” recebeu permissão para atracar.
No Twitter, a SOS Humanity pediu neste sábado ao governo italiano que permitisse o desembarque dos sobreviventes. — Eles não podem mais ser reféns do debate político. Nossos quatro navios estão sujeitos a rajadas de vento e fortes ondas, a situação é insustentável — publicou a instituição.
A Alemanha pediu esta semana em uma nota diplomática ao novo governo italiano para fornecer “rapidamente sua ajuda” diante da “situação humanitária a bordo do navio”. O novo governo de extrema-direita da Itália, liderado por Giorgia Meloni e instalado em outubro, prometeu reprimir os imigrantes que tentam entrar na Europa.