Jornalista americano sofre acidente no Rio, é atendido pelo SUS e relata experiência em artigo
McCoy ressaltou ter andado de ambulância, feito tomografia e raio-X e não precisou pagar nada
O jornalista Terrence McCoy, correspondente do The Washington Post no Brasil, relatou em artigo publicado no dia 29 de junho ter sido atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) após sofrer um acidente em Paraty, no estado do Rio de Janeiro. Durante uma viagem com a esposa e o filho, McCoy foi atingido por uma porta de ferro e precisou de socorro médico. Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Hugo Miranda, onde recebeu atendimento de emergência.
Segundo o jornalista, o acidente resultou em ferimentos na cabeça. McCoy foi levado de ambulância até o hospital, onde passou por tomografia computadorizada, exame de raio-X do crânio e recebeu seis pontos. No texto publicado no site do jornal, ele destacou que todo o atendimento foi gratuito.
“Mesmo depois de seis anos no Brasil como chefe da sucursal do The Washington Post no Rio de Janeiro, confesso que um dos meus primeiros pensamentos foi teimosamente americano. Da obscuridade, surgiu com uma clareza repentina: Quanto isso vai me custar? Seis horas depois, após uma viagem de ambulância, tomografia computadorizada, raio-X do crânio e seis pontos na cabeça, tive minha resposta: US$ 0”, escreveu McCoy.
O jornalista observou que, apesar de morar no Brasil desde 2018, utilizava majoritariamente a rede privada de saúde. A experiência com o SUS o levou a refletir sobre as diferenças entre os sistemas de saúde do Brasil e dos Estados Unidos.
“A saúde é um direito básico no Brasil, consagrado na Constituição. Cada um dos seus 215 milhões de cidadãos, além dos 2 milhões de residentes estrangeiros, tem direito a atendimento gratuito naquele que se tornou o maior sistema público de saúde do mundo”, afirmou.
No artigo, McCoy também mencionou os desafios enfrentados pelo SUS. Ele citou filas para atendimentos especializados, falta de recursos e greves de trabalhadores da saúde. Durante a pandemia de Covid-19, hospitais da rede chegaram a recusar pacientes devido à lotação, de acordo com o relato.
A experiência serviu como base para uma análise comparativa entre os sistemas de saúde brasileiro e americano. McCoy concluiu o texto destacando que sua internação inesperada funcionou como aprendizado sobre um modelo de saúde diferente daquele adotado nos Estados Unidos.
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