Tortura

Jovem de 17 anos relata tortura e 40 minutos de chicotadas em supermercado por ter roubado chocolate

O garoto de 17 anos flagrado por seguranças de um supermercado na Zona Sul de…

Após um ano, mercado de SP onde jovem foi chicoteado em 2019 fecha acordo e doa máscaras e álcool em gel
Jovem foi agredido dentro de supermercado (Foto: Redes sociais / Reprodução )

O garoto de 17 anos flagrado por seguranças de um supermercado na Zona Sul de São Paulo furtando chocolate de uma gôndola disse ter sido torturado por cerca de 40 minutos. Em entrevista à TV Globo, ele contou, também, ter sido ameaçado de morte. Um vídeo que mostra o adolescente nu e sendo chicoteado circula em redes sociais.

O jovem relatou à TV Globo que a agressão aconteceu no mês passado, numa filial da rede Ricoy localizada Avenida Yervant Kissajikian, em Vila Joaniza, na Zona Sul. Mas somente nesta segunda-feira um inquérito foi instaurado pelo delegado Pedro Luiz de Sousa, do 80º DP (Vila Joaniza).

“Fui pegar o chocolate, aí ele me pegou, me levou no quartinho, me deu uma chicotada e me ameaçou de morte”, disse o adolescente à Globo.

Em entrevista à Rádio CBN, o conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) Ariel de Castro Alves disse que acompanha as investigações e que, segundo o que viu nas imagens, “foi uma situação de tortura”.

“Foi uma situação de tortura. E o crime de tortura é um crime hediondo. Pelo que verificamos nas imagens esse crime estaria se configurando. Temos um adolescente extremamente acuado, com medo. Crime de tortura pode gerar de dois a oito anos de prisão”, disse Ariel.

Os seguranças suspeitos foram identificados como Santos e Neto e foram afastados do trabalho, informou a CBN. Em nota, a assessoria de imprensa do Ricoy repugnou o ocorrido:

“A empresa repugna esta atitude e foi com indignação que tomou conhecimento dos fatos por intermédio da reportagem. Que a empresa não coaduna com nenhum tipo de ilegalidade e colaborará com as autoridades competentes envolvidas na apuração do caso, a fim de tomar as providências cabíveis”.