JUSTIÇA

Jurada antecipa voto e faz julgamento de feminicídio ser suspenso, em Taquaral

Um dos jurados teria se manifestado de forma inesperada durante a sessão

Empresário Juliano José Rodrigues Martins, acusado de feminicídio (Foto: Reprodução)
Empresário Juliano José Rodrigues Martins, acusado de feminicídio (Foto: Reprodução)

O julgamento de Juliano José Rodrigues Martins, acusado de cometer feminicídio contra sua ex-companheira Sandra Gonçalves Nunes, foi interrompido nesta terça-feira (18) após uma manifestação inesperada de um dos membros do júri. O crime, que chocou a população de Itaguari (GO) em outubro de 2022, teve seu desfecho judicial adiado mais uma vez, deixando familiares e amigos da vítima frustrados.

O julgamento, que ocorria no Fórum de Taquaral de Goiás, foi suspenso durante a fase de escuta do último testemunho do réu. De acordo com relatos de presentes no local, o advogado de defesa pediu a interrupção do processo após um dos jurados manifestar-se de forma inesperada durante a sessão. A juíza Marcella Sampaio Santos, responsável pelo caso, determinou o encerramento da audiência e a remarcação do julgamento para uma nova data, que ainda será definida.

Acusado de feminicídio

O crime, que completa quase três anos, ocorreu após Juliano, que mantinha um relacionamento de 14 anos com Sandra, suspeitar de uma traição. Na noite do assassinato, ele estava bebendo com um policial penal, furtou a arma do agente e dirigiu-se à casa da vítima. Lá, ele efetuou vários disparos contra Sandra na presença da filha do casal, uma criança de 6 anos, e do irmão da vítima. Após o crime, Juliano se entregou à polícia e confessou o feminicídio.

A família de Sandra, que aguardava ansiosamente por uma condenação, deixou o fórum com sentimentos de revolta e decepção. “Infelizmente, mais uma vez, a justiça falhou. Estávamos todos na expectativa de que ele fosse preso, para que pudéssemos ter um pouco de alívio”, desabafou Danilio Gonçalves Nunes, irmão da vítima.

A juíza Marcella Sampaio Santos havia destacado anteriormente que não haveria novas prorrogações após o adiamento inicial, solicitado pela defesa devido à impossibilidade de comparecimento do procurador dos assistentes de acusação. No entanto, a interrupção causada pela manifestação do júri levou a um novo impasse no processo.