Operação Arapuca

Justiça afasta sete policiais do cargo acusados de integrarem organização criminosa

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) afastou sete policiais civis de seus…

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) afastou sete policiais civis de seus cargos, nesta última sexta-feira (22), após denúncia de integrarem uma organização criminosa. Os policiais são acusados de prender pessoas supostamente envolvidas em atividades ilícitas com a intenção de extorqui-las em troca de liberdade. Afastamento foi determinado pela juíza Placidina Pires, da 6ª Vara Criminal de Goiânia.

Suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) após Operação Arapuca deflagada em parceria com a Polícia Civil (PC), em agosto do ano passado.

Segundo o TJGO, foram afastados os policiais Luís Carlos de Melo, Ironilson Martins da Rocha, Elvis Carlos Pimentel Machado, Jurcelino Melo de Barros, Adriano André Gama de Resende, e os escrivães Márcia Rodrigues de Souza e Uallyson Nogueira Rodrigues. Os advogados Juliana Angélica de Lucena Ferraz, Jorge Carneiro Correia e Guaracy Alves De Ávila Branquinho, tiveram o exercício profissional advocatício suspensos por serem acusados de fingir defender as vítimas nas delegacias e agir em conjunto com os agentes.

“As condutas supostamente praticadas são graves, porquanto a organização criminosa ora denunciada, em tese, era bastante estruturada, ramificada e infiltrada na polícia judiciária, sendo que os denunciados possivelmente se utilizavam das dependências das Delegacias de Polícia, viaturas policiais e armas de fogo para facilitar a execução dos delitos, turbando a ordem pública e retirando a paz social”, destaca.

Em nota enviada ao Mais Goiás, a Polícia Civil (PC) informou que aguarda a comunicação da decisão judicial acerca da determinação do afastamento dos policiais de suas funções. Contudo, a decisão da Justiça será cumprida assim que a corporação for notificada.

Operação Arapuca

A suposta organização criminosa composta pelos acusados foi articulada entre março e julho de 2018. De acordo com o TJGO, o grupo sempre atuava da mesma forma: prendia pessoas suspeitas de vender de diplomas falsos de conclusão de cursos, medicamentos controlados, drogas e cheques falsificados, e exigia que elas pagassem quantias em dinheiro para não serem autuadas ou para que não fossem instaurados procedimentos investigatórios.

Ainda segundo os autos, os denunciados teriam exigido, inclusive, informações dos chefes do esquema dos indivíduos com o intuito de exigir vantagens indevidas e quantias ainda maiores.

“É temerário que [os policiais e escrivães] permaneçam lidando com as atividades de polícia judiciária, considerando a gravidade concreta dos delitos e o fundado receio de que, se continuarem exercendo suas funções, ainda que no âmbito administrativo, possam agir em descompasso com os padrões éticos exigidos para o exercício do cargo”, declara.