DENÚNCIA

Justiça torna réu empresário acusado de matar gari em Belo Horizonte

Judiciário também aceitou pedido do MP para desmembrar o processo em relação a esposa do homem, a delegada Ana Paula Lamego

Réu por morte de gari em Belo Horizonte diz que não matou trabalhador e que foi ameaçado
Réu por morte de gari em Belo Horizonte diz que não matou trabalhador e que foi ameaçado (Foto: Reprodução)

Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário preso acusado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes no mês passado, em Belo Horizonte, virou réu. Conforme divulgado pelo UOL nesta segunda-feira (15), a Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público.

Além disso, a Justiça aceitou pedido do MP para desmembrar o processo em relação à esposa do acusado, a delegada Ana Paula Lamego. Ela é a dona da arma de fogo que vitimou Laudemir e tinha sido indiciada por porte ilegal na modalidade “ceder/emprestar” e por prevaricação. Com isso, é possível um acordo de não persecução penal. A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais também investiga a servidora, que pode até perder o cargo.

Sobre Renê, ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado com três qualificadoras (motivo fútil, meio que impossibilitou a defesa da vítima e perigo comum por atirar em via pública). Ele cumpre prisão preventiva no presídio de Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte.

Sobre o crime

O crime ocorreu por volta das 9h03 de 11 de agosto, na esquina das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, bairro Vista Alegre. Segundo testemunhas, René dirigia um veículo elétrico BYD de cor cinza e se irritou ao encontrar um caminhão de lixo que, segundo ele, atrapalhava a passagem. O empresário exigiu que o veículo desse espaço, chegando a ameaçar a motorista dizendo que daria “um tiro na cara” dela.

Após discussão, Renê desceu do carro armado, fez o manejo da arma e disparou contra os garis, atingindo Laudemir na região das costelas, com o projétil atravessando o corpo e alojando-se no antebraço. No local, a perícia recolheu dois cartuchos calibre .380 — um intacto e outro deflagrado. Não foram encontradas câmeras de segurança para auxiliar nas investigações. O agora réu foi localizado e preso horas depois em uma academia no bairro Estoril.