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Loteamento irregular em Inhumas contribui para baixa vazão do rio Meia Ponte

Um loteamento irregular localizado em uma área a cerca de mil metros do ponto de…

Loteamento irregular em Inhumas contribui para baixa vazão do rio Meia Ponte. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Loteamento irregular em Inhumas contribui para baixa vazão do rio Meia Ponte. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Um loteamento irregular localizado em uma área a cerca de mil metros do ponto de captação da Saneago do rio Meia Ponte, em Inhumas, contribui para baixa vazão do manancial. Captações de água do rio feitas de forma irregular também são apontadas como causadora do prejuízo. As informações são da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema).

A corporação apura diversas irregularidades no loteamento, que tem mais de dez construções em área de alagamento. Conforme o delegado titular da Dema, Luziano Carvalho, há uma lagoa natural no local. Lá, os moradores secam o espaço por meio de dreno e jogam entulho para construírem as moradias.

Durante vistoria na última segunda-feira (9), foram encontrados um poço forma irregular, que drena a lagoa e irriga hortaliças. No loteamento, os policiais encontraram, ainda, gado em área de brejo, onde também é feita drenagem.

A situação, conforme o delegado, está diretamente ligada à baixa vazão do rio Meia Ponte, que atualmente está no nível crítico 3, com 2.324 litros por segundo (l/s). Ainda de acordo com Luziano, lagoas naturais armazenam água em período chuvoso e liberam o armazenamento durante a seca. O processo natural, no entanto, tem sido prejudicado pelo loteamento.

Um inquérito será instaurado para investigar possíveis crimes identificados no local. A corporação trabalha para identificar o vendedor do loteamento irregular, que pode responder por crime ambiental por dificultar ou impedir a regeneração natural do lugar.

Redução da vazão

No último final de semana, foi registrada queda da vazão do rio Meia Ponte para 2.324 l/s. A média durante 23 dias, desde 15 de agosto, era de 2.7 mil l/s. A redução fez com que o rio chegasse ao nível crítico 3 e resultou em fiscalização da bacia de forma mais rigorosa, com ações punitivas contra práticas irregulares. Entre as penalizações estão o lacre e até apreensões de bombas. Drones e helicópteros também passaram a monitorar áreas onde são retiradas água do rio.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) apura três possibilidades para a redução da vazão: fechamento de barragens, grande número de irrigação ou as duas situações juntas.

Para evitar que a vazão chegue ao nível 4, com 1.5 l/s, equipes de fiscalização da secretaria foram reforçadas. Agora cinco equipes monitoram as principais áreas de captação. Bombeiros e o Policiamento Ambiental também integram a força-tarefa.

Caso haja nova redução e a vazão caia para o nível crítico 4, a Saneago prevê plano de racionamento com a possibilidade de revezamento do fornecimento de águas nos bairros.