Primeira entrevista

Marconi: “Vou continuar administrando com o pé no acelerador”

Marconi dá o perfil da próxima gestão, mantendo o ritmo, “mas com prudência, responsabilidade, transparência e economia”


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Em sua primeira entrevista depois da viagem de férias, o governador Marconi Perillo (PSDB) reafirmou ontem o compromisso de administrar o Estado com o pé no acelerador, mas com prudência, responsabilidade, transparência e economia.

“Nós estamos fazendo o dever de casa”, disse durante visita ao canteiro de obras da nova sede da Assembleia Legislativa, no Parque Lozandes, ao lado do Paço Municipal.

Segundo ele, a reforma administrativa aprovada pelos deputados é um sinal de Goiás ao Brasil de que é preciso enxugar as estruturas dos governos, possibilitando dar maior eficiência na gestão pública.

Marconi anunciou que enviará à Assembleia, na próxima semana, a segunda etapa da reforma. Ele elogiou a nova equipe econômica do Governo Dilma Rousseff (PT) e comentou o debate sobre o reajuste do IPTU em Goiânia, mas sem polemizar.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista

REPASSE DE RECURSOS

O Poder Legislativo é independente e tem assegurado pela Constituição recursos do duodécimo. Esses recursos são da competência do Legislativo e tem direito a eles e vamos garantir esse repasse. Esses recursos não têm nada a ver com a reforma administrativa que estamos fazendo. O que estamos fazendo tem como compromisso reduzir despesas e fazer economia no âmbito do Poder Executivo. Quanto ao Poder Judiciário, ao Legislativo, Ministério Público e Tribunais de Contas têm orçamentos próprios. Tudo o que for de responsabilidade e de direito desses poderes continuará sendo repassados como sempre fiz. Todos os recursos que vão ser repassado estarão dentro do duodécimo da Assembleia. As relações nossas com o Legislativo sempre foram corretas, republicanas. A Assembleia sempre foi correta no sentido de economizar recursos para ajudar o Poder Executivo. Estou fazendo uma grande economia, a Assembleia também está fazendo. É um direito deles (deputados) construírem uma nova sede, tem recursos assegurados pela lei.

NOVO SECRETARIADO

– Eu não pensei ainda na equipe. Estou terminando a segunda fase da reforma administrativa, deverá avançar hoje (ontem) à tarde na reunião que farei. Eu espero enviar o projeto à Assembleia na próxima semana. Depois de aprovadas as duas etapas, eu vou me debruçar para escolher a nova equipe. Com certeza nós vamos ter a presença de parlamentares na equipe, e de técnicos qualificados para me ajudar o nosso próximo governo. Eu tenho até o dia 31 de dezembro para indicar. Provavelmente os nomes serão indicados no dia 31, porque no dia 2 (de janeiro de 2015) eu vou dar posse.

ENXUGAMENTO DE GASTOS

– Vamos concluir a reforma, reduzir cargos nas agências e nas empresas públicas. Vamos também fazer o enxugamento nas agências, e vamos indicar quais serão as superintendências a serem extintas, quais vão continuar e quais as nomenclaturas novas terão as superintendências que vão ficar. Alem disso vamos enxugar aproximadamente 300 cargos de gerência. A previsão nossa é de termos uma economia de 300 milhões de reais ao ano. Essa economia poderá aumentar à medida que teremos também os desdobramentos em outras despesas correntes do Estado.

EQUIPE ECONÔMICA DE DILMA

– Eu sinceramente acho boa a equipe. Os indicados até agora são pessoas competentes, muito bem preparadas, qualificadas. São pessoas do ramo. Tanto o doutor Joaquim Levy (novo ministro da Fazenda) quanto doutor Nelson Barbosa (indicado ministro do Planejamento) são muito experientes e respeitadas pelo mercado. Vejo com otimismo essas primeiras indicações. Quanto ao Banco Central, o que se prevê é a continuidade da política adotada pelo presidente (Alexandre Tombini). E estou feliz também com as indicações que já foram feitas para a Agricultura e para a Indústria. Os dois indicados são extremamente preparados, são profundos conhecedores dos setores em que vão atuar. Ontem (quinta-feira) eu liguei para a futura ministra da Agricultura, Kátia Abreu, dizendo a ela do meu integral apoio, já que além de ser do setor, é goiana e nossa amiga. Também telefonei ao futuro ministro Armando Monteiro (Indústria), que é senador, desejando a ele sucesso e apresentado a ele o meu apoio a essa nova tarefa.

REAJUSTE DO IPTU

– Eu falei sobre esse tema na campanha (eleitoral). Sou refratário a essa elevação de tributos e impostos. Agora, eu já tenho de mais coisa demais para fazer no governo, tenho problemas demais. Esse é um assunto da Câmara e da Prefeitura (de Goiânia). Não me cabe interferir nisso. Sinceramente, se eu me dedicar a 24 horas por dia, ainda vai ser pouco para cuidar dos assuntos do governo do Estado. Não dá para ficar articulando, trabalhando, jogando contra. Esse é um assunto que deve ser decidido soberanamente pelos vereadores e pela prefeitura.

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