Ministério da Justiça pedirá extradição de Carla Zambelli
Zambelli fugiu para Itália depois de ser condenada a dez anos de prisão, por contratar um hacker para invadir o CNJ
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Justiça pedirá a extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), recém-condenada a dez anos de prisão. Na última quinta-feira (5), a Polícia Federal confimou a informação de que a parlamentar desembarcou no aeroporto de Roma Fiumicino, na Itália.
Zambelli saiu do Brasil pela fronteira de Foz do Iguaçu e seguiu para Buenos Aires, capital da Argentina. Em seguida, embarcou para os Estados Unidos, onde pegou um avião e rumou para Itália. Ela prometeu que, depois de se estabelecer em solo italiano, iniciaria uma campanha anti-STF (a exemplo do que faz o também deputado licenciado Eduardo Bolsonaro).
No mesmo despacho em que determinou ao Ministério da Justiça que peça a extradição, Alexandre de Moraes mandou notificar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a respeito da cassação do mandato de Zambelli – que a princípio pediu afastamento de 127 dias para tratar de assuntos de “interesse particular”, contados a partir da última quinta.
Por que Zambelli foi condenada
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF por contratar o hacker Walter Delgatti Neto para inserir, no banco de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um falso mandado de prisão assinado por Moraes para prender ele mesmo. Delgatti e a deputada apresentaram embargos de declaração contra a decisão, mas a Primeira Turma entendeu não haver omissão, contradição ou obscuridade que justificasse o reconhecimento do recurso. Apenas “mero inconformismo com a decisão condenatória”.
O advogado Daniel Bialski, que defendia Zambelli, deixou o caso assim que soube que a deputada fugiu do Brasil. Ele disse que inicialmente foi informado que a cliente sairia do País para fazer um tratamento de saúde, mas que soube depois que não era verdade.
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