AINDA NÃO

Ministros do STF recusam reunião com Bolsonaro até ele reconhecer resultado do pleito

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não se encontrar com o presidente Jair…

Planos de saúde vão ao STF contra lei que libera cobertura fora do rol da ANS
Planos de saúde vão ao STF contra lei que libera cobertura fora do rol da ANS (Foto: Agência Brasil)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) por falta de consenso entre eles.

Bolsonaro acionou auxiliares para telefonarem para os magistrados. E disse que dois deles, Kassio Nunes e André Mendonça, já tinham concordado em ir ao Palácio do Planalto.

Depois de uma troca de telefonemas, os demais decidiram não aceitar por enquanto o encontro.

Há a suspeita, entre alguns deles, que Bolsonaro pode chantagea-lós, exigindo promessa de anistia em inquéritos para só então admitir a derrota nas urnas para Lula (PT) —esvaziando arruaças de seus apoiadores que bloqueiam estradas no país.

Um encontro só seria viável depois que Bolsonaro admitir a derrota.

A presidente do STF, Rosa Weber, convocou uma reunião para esta tarde para debater a situação.

Como mostrou a Folha, em meio à série de bloqueios de rodovias no país, integrantes do Judiciário articulam uma força-tarefa para convencer Bolsonaro a reconhecer o resultado da eleição e, assim, ajudar conter os manifestantes que apoiam seu governo.

Magistrados do STF responsabilizam Bolsonaro pelas arruaças. Em silêncio desde que foi derrotado por Lula na campanha presidencial, o presidente estaria, com sua atitude, estimulando a confusão.

Até a noite de segunda-feira (31), foram mais de 300 bloqueios em estradas de 25 estados e no Distrito Federal. Os manifestantes pedem um golpe.

Após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes desta terça, as polícias militares dos estados começaram a atuar na desobstrução de rodovias bloqueadas por protestos de cunho golpista.

Responsável pela fiscalização e segurança das estradas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se manteve inerte, e policiais inclusive confraternizaram com os bolsonaristas.

A omissão da PRF reforçou a certeza de que o presidente trabalha para elevar a tensão no país.