Miss trans cogitou não denunciar delegado por abuso sexual: “ia só tomar um analgésico”
O delegado nega que tenha cometido o crime contra a miss trans em Goiânia e diz que irá provar sua inocência
A miss trans Jade Fernandes, de 23 anos, que denunciou ter sido vítima de estupro na última sexta-feira (05), em Goiânia, disse em entrevista que não iria denunciar o suposto crime sofrido.
Ela disse que só iria tomar um analgésico e esquecer, mas se lembrou da mulher que queria se tornar.
“Eu não ia denunciar. Só queria tomar um analgésico, mas olhei para mim mesma e falei: ‘chega. Tantas outras mulheres como você, que são transsexuais, e passam por isso e sofrem caladas com medo de retaliação. Chega'”, relatou.
Ela afirmou que a mulher que se tornou foi justamente para ter uma voz maior. “Quis fazer uma transformação na minha vida, anulando tudo e não deixando passar qualquer tipo de preconceito e violência”, disse.
Perguntada sobre a declaração do delegado de que ele seria inocente ela disse: “Se ele acredita na inocência dele… Eu acredito na minha memória”.
O delegado nega que tenha cometido o crime e diz que irá provar sua inocência.
O caso é investigado pela Polícia Civil.
O crime
Em depoimento, a vítima relatou que teria ido à festa de um jornalista, que fechou uma boate em Goiânia, na quinta-feira (4). O delegado também era um dos convidados do evento. No final da festa, o jornalista foi embora e Kleyton teria oferecido uma carona para a vítima e para uma outra mulher.
Em um primeiro momento, o delegado teria deixado a outra mulher em casa e, logo após, seguiu para a casa da vítima. Durante o caminho, Kleyton teria colocado ela no porta-malas e a estuprado. Em seguida, deixou a vítima na casa dela, no Setor Jaó. Câmeras de segurança registraram a miss trans saindo do carro nua.