Luto

Morre em São Paulo o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos

// Advogado, que atuou em casos como o mensalão e coordenava defesa de empreiteiras investigadas…


//

Advogado, que atuou em casos como o mensalão e coordenava defesa de empreiteiras investigadas na Lava Jato, estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São PauloO advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, de 79 anos, morreu na manhã desta quinta-feira, 20. Ele foi internado na terça-feira, 18, no Hospital Sírio-Libanês em razão de complicações pulmonares.

Thomaz Bastos foi ministro entre 2003 e 2007, nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também presidiu a OAB-SP entre os anos 1983 e 1985. Considerado um dos melhores criminalistas do país, ele é apontado ainda como o responsável por reestruturar o papel da Polícia Federal, com foco também em investigações de crimes ligados a improbidade administrativa e desvios de recursos públicos.

O advogado criminalista atuou ainda em julgamentos como o do processo do mensalão, na defesa de réus ligados ao Banco Rural, e na acusação dos envolvidos na morte do ativista ambiental Chico Mendes. Atualmente, Thomaz Bastos era o coordenador da defesa de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

“São Paulo e o Brasil perderam um dos seus maiores advogados. Eu me recordo que quando Márcio me contou que acabara de ser convidado pelo Lula para ser ministro da Justiça eu disse a ele: ‘O Brasil vai ter um grande advogado a defendê-lo'”, afirmou o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, titular da pasta no governo Fernando Henrique Cardoso.

Thomaz Bastos nasceu em Cruzeiro, no interior de São Paulo, em 1935 e formou-se em direito pela Universidade de São Paulo (USP), em 1958. O criminalista também destacou-se pela participação nos movimentos das Diretas Já e, ao lado de outros juristas, participou da redação da petição do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

“Eu perdi um dos meus melhores amigos, a advocacia perdeu um dos melhores advogados de todos os tempos. E o Brasil perdeu uma de suas melhores cabeças”, afirmou o advogado Celso Vilardi, que atuava com Thomaz Bastos na coordenação da defesa das empreiteiras citadas na Lava Jato.

Ainda não há informações sobre o velório e o enterro.