natural de Caldazinha

Morte de goiana assusta comunidade brasileira no Japão

Corpo de Amanda Borges da Silva foi encontrado num apartamento incendiado na cidade de Narita

Morte de goiana assusta comunidade brasileira no Japão Corpo de Amanda Borges da Silva foi encontrado num apartamento incendiado
Foto: Redes Sociais

A morte da turista Amanda Borges da Silva, de 30 anos, natural de Caldazinha (GO), tem causado apreensão entre brasileiros que vivem no Japão. O corpo da goiana foi encontrado na semana passada em um apartamento incendiado na cidade de Narita, e o caso reacendeu alertas sobre segurança entre os cerca de 210 mil brasileiros que moram no país.

Lilian Mishima, assistente social e líder de uma ONG de apoio a mulheres brasileiras no Japão, afirma que o impacto da morte de Amanda “foi muito maior do que os demais casos” acompanhados pela organização. Ela associa essa comoção ao vídeo de uma turista ucraniana que viralizou dias antes, mostrando um homem escondido debaixo da cama em um hotel em Tóquio. “As pessoas estão assustadas por envolver duas mulheres, em seguida a um aumento dos estrangeiros aqui no Japão”, explica.

Segundo Mishima, que vive no país desde 1994, há uma sensação crescente de insegurança, especialmente entre as mulheres da comunidade. Ela também critica a escassez de informações divulgadas pela polícia e pela mídia local. “Só houve uma nota da NHK, e mesmo assim não foi nacional, mas da região de Chiba”, diz, cobrando mais transparência sobre a investigação.

A imprensa japonesa noticiou que Amanda Borges da Silva morreu por asfixia com fumaça e que um homem de 31 anos, natural do Sri Lanka e desempregado, foi preso suspeito de ter causado o incêndio.

A mãe da goiana, Valdenia, contou à TV Anhanguera que a filha sempre falava sobre a segurança do Japão. Na véspera da tragédia, Amanda chegou a relatar uma situação que reforçava essa impressão: “Ela foi comprar malas e esqueceu a mochila dentro do metrô, depois pediu a bolsa e eles conseguiram com tudo dentro, dinheiro, passaporte, tudo.”

A segurança, aliás, foi um dos motivos que levou Natali Khomenko, turista ucraniana que denunciou o homem escondido no quarto de hotel, a escolher o Japão como destino. “Que é seguro a gente já sabe”, pondera Mishima, “mas precisamos entender o que está mudando”.

A preocupação com o aumento de casos de violência, como o ataque com faca a uma mulher no metrô de Tóquio na última terça-feira (6), também amplia o clima de alerta. O episódio, gravado por passageiros, viralizou nas redes.

Durante a visita oficial do presidente Lula ao Japão, Mishima e outras mulheres da comunidade brasileira chegaram a se reunir com a primeira-dama, Janja, para falar sobre temas como violência doméstica e vulnerabilidade de brasileiras no país. Agora, com as dificuldades enfrentadas pela família de Amanda para repatriar o corpo, a assistente social afirma que pediu ajuda à equipe da primeira-dama: “Mandei uma mensagem pedindo se tem como dar uma força”.

Família de goiana assassinada no Japão faz vaquinha para trazer corpo ao Brasil

A família de Amanda Borges da Silva, goiana assassinada em Narita, no Japão, iniciou uma campanha de arrecadação para viabilizar o traslado dos restos mortais da vítima de volta ao Brasil. O custo total do processo pode ultrapassar R$ 70 mil. A expectativa é de que a família precise arrecadar $ 9.580 — cerca de R$ 55 mil — o que representa aproximadamente 70% do valor necessário. O montante exato ainda depende da finalização dos orçamentos. Os 30% restantes serão complementados por meio do fundo de ajuda do Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás (GAI). Continue lendo…

*Com informações da Folha de São Paulo