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‘Não deixamos nada debaixo do tapete. Vamos investigar’, diz Dilma sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras

// // A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (8), que em “nenhum momento” seu…

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A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (8), que em “nenhum momento” seu governo teve conhecimento sobre um suposto esquema de corrupção na Petrobrás, segundo revelações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, em delação premiada à Justiça. À Entrevistas Estadão, a presidente definiu como “estarrecedor” o fato de as denúncias serem feitas por um funcionário de carreira da Petrobrás e disse já ter solicitado oficialmente à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal o acesso a seu depoimento.

“A revista não diz de onde tirou informações, nem como tirou”, disse. “Se a pessoa estiver comprometida, é afastamento puro e simples do governo. Mas tenho que acatar informações oficiais, da Polícia Federal, do Ministério Público. Se eles não forem capazes de me responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal que me informe”, complementou.

Questionada se, durante o período em que integrou a cúpula da Petrobrás, havia permitido a Dilma identificar suspeitas de irregularidades, a presidente disse que em “nenhum momento”. “É interessante que a gente lembre que esse diretor é um quadro de carreira, o que é mais estarrecedor”, disse, em entrevista a série, realizada no Palácio da Alvorada, nesta tarde.

Dilma ainda voltou a lembrar o caso de afundamento de uma plataforma de petróleo durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso e que, segundo ela, não foi investigado. “Você acha que é tranquilo, uma plataforma que custa R$ 1,5 bilhão afundar? E ninguém investigar porque afundou?. A plataforma, de R$ 1,5 bilhão é duas vezes Pasadena”, disse. “Ela afundou no governo FHC e ninguém investigou. Não é próprio das plataformas sair por aí afundando”, disse.

De acordo com reportagem publicada pela revista Veja no sábado, Paulo Roberto Costa disse, em depoimento à Justiça, haver um esquema de pagamento de propina na Petrobrás, que teria beneficiado uma lista de políticos, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além de seis senadores e pelo menos 25 deputados federais.

Nas conversas com a PF, o ex-diretor teria dito que, quando estava na Petrobrás, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de assuntos da empresa.