apoio à amiga

“Não é normal”, diz Eduardo Bolsonaro sobre condenação de Carla Zambelli; leia na íntegra

Deputado disse que vai lutar com todos suas forças "para acabar com esse estado de coisas"

Deputado disse que vai lutar para acabar com esse estado Eduardo Bolsonaro fala sobre condenação de Carla Zambelli

Após a condenação da deputada Carla Zambelli a 10 anos de prisão pelo STF, o deputado federal Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a decisão. “Não é normal”, escreveu o parlamentar ao comentar o caso. “A condenação a 10 anos de prisão, com base apenas no depoimento de um notório mentiroso, é mais um dos escandalosos atos de perseguição política do regime de exceção que foi implementado no Brasil”, disse ele, ao postar uma foto ao lado de Zambelli no X.

“Não importa se você gosta ou não da Zambelli, você não pode achar isso normal. Se o regime não for freado, não existirá mais oposição. Vou lutar com todas as minhas forças para acabar com esse estado de coisas”, continuou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de Eduardo Bolsonaro, a também deputada Bia Kicis (PL-DF) se manifestou em solidariedade à colega. Para ela, o caso “causa arrepio” e representa “desrespeito ao voto, perseguição política e menosprezo à democracia”. “Os tempos são sombrios, mas seguimos na batalha”, escreveu.

Condenação de Carla Zambelli no STF

A Primeira Turma do STF condenou Carla Zambelli à perda do mandato e à prisão em regime fechado por invasão de dispositivo eletrônico e falsidade ideológica, no caso relacionado à violação do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda do hacker Walter Delgatti. Ambos também deverão pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos. A decisão foi unânime entre os ministros.

De acordo com o relator, ministro Alexandre de Moraes, a deputada foi mentora e financiadora da ação. Segundo ele, Zambelli “demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente” para desestabilizar instituições democráticas como o STF e o CNJ.

Com a condenação, Zambelli também ficou inelegível por oito anos, conforme a Lei da Ficha Limpa. Já Delgatti recebeu pena de oito anos e três meses de prisão em regime fechado. Moraes classificou a operação como parte de uma estratégia golpista que culminaria nos atos de 8 de janeiro. O julgamento foi finalizado após o voto do ministro Luiz Fux, que acompanhou o relator. Também votaram pela condenação os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia.

Durante a apuração, a Polícia Federal identificou que documentos falsos inseridos no sistema do CNJ por Delgatti foram feitos com a participação direta de Zambelli. Um deles simulava um mandado de prisão contra Moraes, com a frase: “expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo… e faz o L”.

A defesa de Zambelli tentou suspender o julgamento até que a Câmara dos Deputados analisasse um recurso, mas o pedido foi negado. Agora, caberá à Mesa Diretora da Câmara oficializar a perda do mandato da parlamentar.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli comandou a invasão ao sistema do CNJ, orientando Delgatti a forjar documentos e até simular um bloqueio de R$ 22,9 milhões contra Moraes — valor correspondente à multa imposta ao PL por ataques às urnas eletrônicas.

A PF também descobriu transferências bancárias feitas por um ex-assessor da deputada ao hacker, no total de R$ 10,5 mil, além de relatos sobre pagamentos em espécie. Delgatti afirmou ter recebido cerca de R$ 40 mil, embora parte das declarações tenha sido desmentida durante a investigação. Zambelli alegou que o contratou apenas para cuidar do site dela, versão negada por assessores.