POLÊMICA

ONU diz que Bolsonaro deveria ser punido por usar crianças fardadas em eventos

Usar uma criança fardada carregando uma réplica de um fuzil em um evento político, como fez…

Bolsonaro posa para fotos com criança fardada e com arma de brinquedo na mão, em evento de BH — Foto: TV Globo
Bolsonaro posa para fotos com criança fardada e com arma de brinquedo na mão, em evento de BH — Foto: TV Globo

Usar uma criança fardada carregando uma réplica de um fuzil em um evento político, como fez na última semana o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), deveria ser um crime e os envolvidos, punidos, para o Comitê de Direitos das Crianças da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na última quinta-feira (30), em evento em Belo Horizonte com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Bolsonaro recebeu no palco uma criança de seis anos que empunhava uma arma de brinquedo. O presidente simulou que atirava para cima e carregou a criança sobre os ombros.

Após a repercussão do evento, 80 entidades de direitos humanos recorreram à ONU no domingo (3) argumentando que o presidente “utiliza de crianças para estimular a política de armamento brasileiro”.

Em resposta a jornalistas, o Comitê de Direito das Crianças da ONU afirmou que “tais práticas devem ser proibidas e criminalizadas, e aqueles que envolvem crianças em hostilidades devem ser investigados, processados ​​e sancionados”.

O órgão afirmou ainda que “condena nos termos mais veementes o uso de crianças pelo presidente Bolsonaro, vestidas de militar e segurando o que parece ser uma arma de fogo, para promover sua agenda política”.

A entidade lembra também que o Brasil é signatário da Convenção sobre os Direitos da Criança e tem a obrigação, nas palavras do comitê, de garantir que “crianças não participem de hostilidades ou de quaisquer atividades relacionadas a conflitos”.

Por fim, o comitê pede que as imagens da criança não sejam mais reproduzidas.

Não foi a primeira vez que Bolsonaro se envolveu em episódios controversos com crianças. Em junho, o presidente retirou a máscara de um menino no Rio Grande do Norte e pediu que outra criança também removesse a proteção, em meio à pandemia da Covid-19, para posar para fotos.