Para que serve um bebê reborn? Bonecos são usados em algumas abordagens clínicas
"Esses bonecos podem ser um recurso muito interessante", diz médico

Afinal, para que serve um bebê reborn? E por que esses bonecos são usados em algumas abordagens clínicas? A pergunta ganhou força nos últimos meses, já que os bebês reborn tomaram conta das redes sociais e até inspiraram projetos de lei em câmaras municipais e no Congresso Nacional. Celebridades também aderiram à moda. Mas, embora hoje eles sejam vistos em vídeos e fotos que viralizam, esses bonecos hiper-realistas surgiram muito antes — e com um propósito bem mais sério.
O primeiro bebê reborn famoso surgiu em 1999, criado pela artista alemã Karola Wegerich. Ela desenvolveu o boneco para ajudar um amigo que havia perdido um filho. A ideia deu tão certo que o modelo se popularizou e, desde então, passou a ser utilizado em várias partes do mundo — não só como item de coleção, mas também como ferramenta terapêutica.
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Hoje, entre adultos, os bebês reborn são usados em diferentes contextos, que vão muito além da brincadeira de faz de conta. Eles podem auxiliar no:
- Tratamento de pessoas em luto e/ou em depressão
- Tratamento de idosos com Alzheimer
- Treinamento de médicos e profissionais da saúde
Bebê reborn no contexto clínico
Quando alguém se pergunta para que serve um bebê reborn, a resposta pode estar no campo da psicologia e da saúde mental. De acordo com Lucélio Budal Arins, coordenador do curso de Psicologia da Life Unic, os bebês reborn são usados principalmente na elaboração de luto gestacional, no suporte emocional a idosos com Alzheimer, e como recurso terapêutico para situações de depressão.
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— Quando são utilizados no contexto clínico, esses bonecos podem ser um recurso muito interessante. Mas sempre com o acompanhamento de um profissional, que faz desse item uma estratégia terapêutica, não algo isolado — explica o especialista.
Esses bonecos realistas são feitos para se parecerem, de fato, com um recém-nascido. O peso, o material que simula a pele, os cabelos… Tudo é pensado para tornar a experiência mais próxima da realidade. No entanto, o psicólogo faz um alerta: o objetivo nunca é fazer o paciente acreditar que está segurando um bebê de verdade.
— Esse é um tipo de cuidado emocional, um acolhimento daquela dor, uma reconstrução de afeto. Mas tudo precisa ser feito no campo do simbólico. Não pode ultrapassar esse limite. O paciente sabe que é um boneco, que aquilo representa algo que ele perdeu, mas não é real — completa Lucélio.
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Para que mais serve um bebê reborn?
Além da terapia, os bebês reborn já foram e ainda são utilizados em treinamentos médicos. Como simulam o tamanho, o peso e até detalhes físicos de bebês de verdade, ajudam profissionais da saúde em procedimentos de emergência, práticas de cuidado e manuseio de recém-nascidos.
Cuidado com a banalização
Apesar dos benefícios, o especialista faz um alerta sobre o modo como os bebês reborn são retratados nas redes sociais.
— Muitas vezes, o assunto vai direto para o lado do ridículo. Há uma exposição exagerada, com vídeos encenados e até perfis de bonecos reborn no Instagram, tudo buscando monetização, curtidas e engajamento. Isso banaliza o tema e atinge até quem é colecionador ou quem utilizou o recurso de forma terapêutica e saudável — pontua Lucélio.
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Por isso, embora o tema esteja em alta, é importante lembrar: os bonecos reborn são usados em abordagens clínicas sérias, quando bem orientados. Mais do que uma moda, eles podem ser aliados no cuidado com a saúde emocional.
*Com informações do Extra