Estradas

Pesquisa da CNT indica que as dez melhores rodovias do país são privatizadas

As dez rodovias mais bem avaliadas pela Pesquisa CNT de Rodovias 2015 são concedidas à…

As dez rodovias mais bem avaliadas pela Pesquisa CNT de Rodovias 2015 são concedidas à iniciativa privada e estão localizadas no estado de São Paulo. Segundo o levantamento divulgado hoje (4) pela Confederação Nacional do Transporte, enquanto 78,3% das rodovias concedidas tiveram seu estado avaliado como “bom ou ótimo”, no caso das públicas este percentual cai para 34,1%.

A constatação levou a entidade a reiterar sua defesa pela ampliação das concessões rodoviárias no país. “Em meio às dificuldades do governo, no sentido de aplicar recursos nas rodovias, as concessões podem ser fundamentais para promover a melhoria da infraestrutura do país”, afirmou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

“Se considerarmos os trechos concedidos, 78,3% de sua extensão foram classificados como ótimo ou bom. Apenas 21,7% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. No caso das rodovias públicas [sob responsabilidade dos governos federal ou estadual], a situação é inversa, com 65,9% da extensão apresentando algum tipo de deficiência e 34,1% classificados como bom ou ótimo”, acrescentou Batista.

De acordo com o levantamento da CNT, isso é explicado, em parte, pela queda nos investimentos dos governos locais ou nacional.

“Tivemos um pico de investimento do governo federal em 2012, com R$18,67 bilhões. Mas esses investimentos voltaram a cair nos anos seguintes, para cerca de R$12 bilhões anuais[em 2013 e 2014]. O problema é que nem todo investimento é, de fato, aplicado. Em 2014, 24,7% do investimento previsto não foi realizado”, informou o diretor.

Bruno Batista citou como exemplo a baixa aplicação dos recursos obtidos a partir do aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide/Combustíveis), que cobra R$0,05 por litro de diesel e R$0,15 por litro de gasolina. “Dos R$1,4 bilhões arrecadados com essa contribuição, apenas R$34,22 milhões foram pagos. Isso representa apenas 2,4% do arrecadado.”

Conforme o levantamento, nos 55 mil km de rodovias públicas foram investidos R$165 mil por km. Já nos 16,5 mil km de rodovias concedidas foram investidos R$422 mil por km.

Os dados indicam que a primeira rodovia do ranking liga a capital paulista à cidade de Limeira [trecho rodoviário que inclui a SP-310, a BR-364 e a SP-348]. Em segundo lugar está o trecho da SP-225 e da BR-369 , ligando Bauru e Itirapina. O terceiro trecho mais bem avaliado liga São Paulo e Taubaté (SP-070). Em quarto lugar está a ligação Ribeirão Preto e Borborema (SP-330, BR-050 e SP-070).

A pior avaliada em 2015 foi a BR-222, no trecho paraense que liga Marabá a Dom Eliseu. O segundo pior trecho foi o que liga Natividade (TO) a Barreiras (BA), passando pelas rodovias BA-460, BR-242, TO-040 e TO-280. A terceira pior avaliação é a do trecho da BR-158, que liga Jataí a Piranhas, em Goiás.

A Pesquisa CNT de Rodovias 2015 foi elaborada entre junho e julho deste ano, envolvendor 20 equipes da CNT.