PF descartou participar de operação no Rio ao analisar planejamento
Megaoperação policial deixou 119 mortos na capital fluminense
A Polícia Federal (PF) teria descartado participar da operação do Rio após analisar o planejamento da ação, segundo informações confirmadas pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues. O caso veio à tona nesta quarta-feira (29), um dia depois da megaoperação policial que deixou 119 mortos na capital fluminense e gerou forte repercussão em todo o país.
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Há cerca de um mês, a PF foi procurada por áreas operacionais da Polícia do Estado do Rio de Janeiro para discutir a realização de uma grande ofensiva contra o crime organizado. No entanto, após a análise técnica, a corporação avaliou que o plano apresentado não seguia os procedimentos e protocolos adotados pela PF em ações desse tipo. Por isso, comunicou aos responsáveis que não participaria da operação.
O tema, inclusive, foi citado na reunião de emergência realizada no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (28), convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os desdobramentos da ação no Rio. Representantes da PF relataram que a Superintendência do Rio havia identificado riscos e possíveis problemas no plano de execução da operação.
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“Houve contato no nível operacional informando que haveria uma grande operação e se a PF teria alguma possibilidade de atuação. A partir da análise geral do planejamento, entendemos que não era o modo como a PF atua. A corporação segue fazendo seu trabalho de polícia judiciária, mas naquela ação não havia atribuição legal para participar”, explicou Andrei Rodrigues.
O diretor-geral também destacou que a operação da polícia do Rio não foi comunicada previamente à PF. Fontes ligadas à corporação e ao governo federal afirmam que o contato inicial ocorreu semanas antes e que, após a negativa da PF, nenhuma nova informação sobre a ofensiva foi repassada.
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