JULGAMENTO

PM acusado de matar campeão mundial de jiu-jítsu é absolvido por júri em São Paulo

Júri entendeu que o PM agiu em legítima defesa

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Henrique Otávio de Oliveira Velozo (Foto: Reprodução)

O policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo foi absolvido nesta sexta-feira (14) pelo júri popular da 1ª Vara do Júri de São Paulo. Ele era acusado de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, durante um show no Esporte Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, em agosto de 2022.

O júri, composto por cinco mulheres e dois homens, acolheu a tese de legítima defesa apresentada pela defesa ao longo do julgamento. Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas: quatro da acusação, quatro da defesa e uma comum às duas partes. A sentença foi lida pela juíza Fernanda Perez Jacomini.

A defesa alegou que Velozo, que estava de folga e vestia roupas civis na noite do ocorrido, teria sido agredido por Leandro Lo durante uma discussão e chegou a desmaiar após ser imobilizado pelo atleta. Segundo os advogados, análises técnicas e depoimentos revelaram contradições na versão apresentada inicialmente pelas investigações.

Relembre o caso

Leandro Lo, oito vezes campeão mundial de jiu-jítsu, foi morto com um tiro na cabeça durante um show em 7 de agosto de 2022. Segundo as investigações, após um desentendimento, o lutador derrubou e imobilizou Henrique Velozo. Quando Lo o soltou, o ex-tenente se levantou, sacou uma arma e atirou na cabeça do atleta.

Após o disparo, testemunhas afirmaram que Velozo ainda teria desferido chutes contra Lo, já desacordado no chão, antes de fugir. Ele se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte, teve a prisão temporária decretada e, posteriormente, convertida em preventiva. Em outubro de 2025, ele foi transferido do presídio militar para o sistema prisional comum.

O Ministério Público havia denunciado o ex-tenente por homicídio qualificado, apontando motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A promotoria defendia que o disparo foi uma reação desproporcional ao desentendimento inicial.

Depois das argumentações de acusação e defesa, os jurados decidiram pela absolvição do ex-policial. Segundo o G1, Velozo já teve o alvará de soltura expedido pela Justiça e já foi liberado do presídio da PM Romão Gomes, na Zona Norte, na madrugada deste sábado (15).

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