Preço da cebola quase dobra em 12 meses; veja 10 maiores altas da inflação
Quase metade dos bens e serviços do IPCA acumulam inflação de 10% ou mais em 12 meses

Até agosto, 183 dos 377 subitens do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ainda registraram inflação de 10% ou mais no acumulado de 12 meses.
Ou seja, quase metade dos bens e serviços pesquisados (48,5%) continuou com alta de dois dígitos, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Sete das 10 maiores altas até agosto vieram de alimentos e bebidas. A cebola foi o subitem que mais subiu em 12 meses: 91,21%.
Depois da cebola, o mamão (81,83%) e o melão (79,34%) registraram as maiores altas de preços em 12 meses.
Passagem aérea (74,94%), melancia (61,88%), leite longa vida (60,81%), óleo diesel (53,16%), manga (47,05%), café moído (46,34%) e transporte por aplicativo (43,80%) completam a lista dos dez maiores avanços.
A inflação medida pelo IPCA em 12 meses, em termos gerais, desacelerou para 8,73% até agosto, após 10,07% até julho. O acumulado estava acima de 10% desde setembro de 2021 –quase um ano. Uma sequência tão ou mais longa não ocorria desde o intervalo de 2002 a 2003.
Previsão de inflação
Em agosto, o IPCA teve deflação (queda) de 0,36%, conforme os dados divulgados nesta sexta pelo IBGE. A baixa foi a segunda consecutiva e ficou mais uma vez concentrada em produtos como a gasolina, alvo de corte de alíquotas de ICMS (imposto estadual) às vésperas das eleições.
Se de um lado houve queda dos combustíveis, outros produtos como os de higiene pessoal, vestuário e parte dos alimentos mostraram altas.
“O processo de desinflação é gradual. Tem itens que mostram desinflação e outros que vão cair mais devagar mesmo”, afirma Julia Gottlieb, economista do Itaú Unibanco.
Segundo a especialista, o banco deve reduzir em breve sua estimativa para o IPCA no acumulado de 2022. Por ora, o avanço projetado é de 7%.
O C6 Bank revisou sua previsão nesta sexta. A instituição diminuiu a estimativa para o IPCA de 2022 de 6,5% para 6%. Para 2023, manteve a projeção em 5,7%.
“Acreditamos que à frente, passado o forte alívio temporário da redução de impostos, a inflação irá continuar alta e desacelerar de forma gradual”, diz relatório da área econômica do C6, liderada pelo economista Felipe Salles.