Operação Poison

Presa quadrilha que roubou R$ 17 milhões em cargas em Goiás

Bando que era chefiado por dono de transportadora atuava há pelo menos quatro anos no estado e contava com a participação de dois agentes prisionais

Onze suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubar cargas de óleo automotivo e defensivos agrícolas foram presos nesta sexta-feira (22/07) durante a operação Poison (veneno), desenvolvida pelas Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal. O bando, segundo as investigações, teria arrecadado, desde 2012, mais de R$ 17 milhões com roubos e desvios de cargas.

O líder da quadrilha, segundo a polícia, é Sandro Tavares, que tem uma transportadora no Setor Parque Oeste Industrial, em Goiânia, que também foi preso na operação. Especializado em transportar cargas de óleo automotivo usado em máquinas agrícolas e defensivos, Sandro contava com a ajuda de outras 10 pessoas, sendo que um deles é cadeirante, e outros dois são agentes prisionais concursados.

“Em janeiro fizemos um levantamento na Delegacia de Cargas e descobrimos que pelo menos 80 ocorrências estavam ligadas à transportadora que pertence a Sandro. Pedi que meus agentes focassem nessas investigações e então descobrimos que o motorista já saía da transportadora dele com o endereço de um galpão em Bela Vista de Goiás, onde deveria deixar a carga. Posteriormente, este mesmo motorista ia até a delegacia e registrava ocorrência como se tivesse sido roubado”, destacou o Delegado Alexandre Bruno, titular da Delegacia de Repressão aos Roubos e Desvios de Cargas (Decar).

Os 11 presos na manhã desta sexta-feira, segundo o delegado, também participaram de alguns roubos de cargas de outras transportadoras, sendo que nestas ações agiram com violência durante a abordagem aos motoristas de caminhão. Durante a operação, os agentes encontraram R$ 700 mil em óleo automotivo agrícola que tinha sido roubado na semana passada.

O óleo estava escondido em Bela Vista de Goiás no galpão cujo proprietário é um agente prisional já aposentado que foi preso hoje junto com seu filho, que também é agente, e trabalhava no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. “O trabalho deles era passar informações privilegiadas à quadrilha e também cuidar do armazenamento da carga roubada”, destacou Alexandre Bruno.

Com exceção de Sandro Tavares, os demais presos na operação não tiveram os nomes divulgados. Os 11 suspeitos que foram presos hoje cedo tiveram a Prisão Preventiva decretada na tarde de ontem (21/07), e agora responderão por roubo, receptação, comunicação falsa de crime e associação criminosa.