PT vai ao TSE contra publicação de Bolsonaro que vincula Lula a facção criminosa
É a quarta vez que o candidato do PT pede retirada de post sobre o tema. Nas anteriores, Lula foi atendido pela Justiça eleitoral
A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva ( PT) entrou na noite de sábado com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a remoção de publicação de Jair Bolsonaro (PL), na qual o candidato à reeleição tenta associar a imagem de Lula à Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder de uma facção criminosa paulista. É a quarta vez que a defesa do ex-presidente aciona a corte eleitoral sobre o assunto: na demais, o petista obteve sucesso na Justiça eleitoral.
A campanha de Lula pede ao TSE que Bolsonaro seja multado em R$ 60 mil por descumprir decisão liminar do tribunal, que já havia emitido decisão sobre o assunto. Além disso, a defesa pede que o Twitter retire o conteúdo do ar e exige multa de mais R$ 30 mil para cada ocasião em que a medida for descumprida.
“Uma vez publicado na internet, especialmente pelo perfil oficial do atual Presidente da República, o conteúdo está automaticamente lançado à velocidade exponencial de difusão”, alega a defesa do candidato do PT. “Jair Messias Bolsonaro possui conhecimento que esta eg.Corte Superior Eleitoral já escrutinou o tema em outras oportunidades e que se trata de desinformação. (…) Desta feita, mesmo após a publicação da já mencionada decisão liminar proferida nestes autos, que determinou a abstenção de Jair Bolsonaro (e outros) de publicar desinformações semelhante àquela impugnada na Inicial (que liga o PCC à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva), o representado foi ao Twitter realizar 04 (quatro) publicações que descumprem completamente a decisão desta Corte Eleitoral”.
O pedido ainda não foi analisado pelo TSE.
Bolsonaro publicou na noite deste sábado um áudio intitulado “Marcola, chefão do PCC, confessa que Lula é o melhor para o crime organizado”. O mesmo áudio havia sido publicado pelo portal O Antagonista há uma semana. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a reportagem do site fosse retirada do ar.
O áudio supostamente veicula a voz de Marcola e de outro membro da facção declarando voto em Lula. Pouco antes, Bolsonaro escreveu no Twitter: “É preciso estar atento aos sinais. O apoio maciço de presos e de chefe de facção ao Lula não é mera admiração”. Juntas, as postagens foram compartilhadas mais de 40 mil vezes na rede social.
– Ontem mesmo levamos o assunto ao TSE. Na verdade já existe uma determinação do TSE que impede o Presidente da República e outras pessoas que fazem parte de uma rede de desinformação que divulguem material com essa tentativa de vincular Lula e o PT ao PCC, tendo em vista que esse enredo já foi considerado fake news pela Corte em ao menos 4 decisões por ela já proferidas – disse o advogado Cristiano Zanin, que representa a campanha de Lula.
Na noite de sábado foi Bolsonaro quem conseguiu uma vitória no TSE. A Corte decidiu que a campanha de Lula tem de parar de usar a propaganda eleitoral que usava entrevista antiga do presidente admitindo a possibilidade de comer carne humana.