Qual o nível de colesterol ideal após a nova diretriz? Entenda
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A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou suas diretrizes sobre dislipidemias — aumento dos níveis de colesterol e/ou triglicerídeos no sangue — e prevenção à aterosclerose. O documento traz mudanças importantes, como novos valores de referência para o colesterol, a criação de uma categoria de risco chamada “extremo” e a recomendação inédita de dosar ao menos uma vez na vida a lipoproteína (a), que tem origem genética e pode aumentar o risco de doenças cardíacas.
O cuidado com o controle da gordura no sangue não é à toa. O excesso de colesterol se acumula nas paredes das artérias e pode causar aterosclerose, uma doença crônica que enrijece os vasos e dificulta o fluxo sanguíneo. Esse processo está diretamente ligado a problemas graves como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), principais causas de morte no Brasil e no mundo.
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“A diretriz tem por objetivo orientar especialistas e clínicos gerais na identificação do risco cardiovascular, bem como no tratamento das dislipidemias, permitindo dessa forma reduzir a mortalidade por doença cardiovascular no Brasil”, explica José Francisco Saraiva, membro da SBC e um dos autores das novas regras.
Colesterol ruim (LDL): valores mais rígidos
O colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”, teve mudanças na faixa considerada ideal para pessoas de baixo risco cardiovascular. Agora, o limite passa a ser de até 115 mg/dL, contra 130 mg/dL estabelecidos em 2017.
As demais classificações permanecem as mesmas:
- Risco intermediário: LDL abaixo de 100 mg/dL
- Alto risco: LDL abaixo de 70 mg/dL
- Muito alto risco: LDL menor que 50 mg/dL
A grande novidade é a criação da categoria risco extremo, que exige níveis ainda mais baixos: LDL de até 40 mg/dL. Essa condição é determinada por uma escala que leva em conta fatores como histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces, obesidade, diabetes e até esteatose hepática.
Colesterol não-HDL: nova meta de controle
Além do LDL, o documento da SBC também trouxe valores mais rigorosos para o colesterol não-HDL, que corresponde a todo colesterol presente no sangue, exceto o HDL (o “bom colesterol”). Esse marcador passa a ser reconhecido como meta de controle junto ao LDL.
Os novos valores são:
- Baixo risco: até 145 mg/dL (antes era 160 mg/dL)
- Risco intermediário: abaixo de 130 mg/dL
- Alto risco: menor que 100 mg/dL
- Muito alto risco: abaixo de 80 mg/dL
- Risco extremo: até 70 mg/dL
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Lipoproteína (a): marcador genético
De forma inédita, as diretrizes também recomendam que todos os pacientes façam pelo menos uma vez na vida a dosagem da lipoproteína (a), ou Lp(a). Diferente do colesterol comum, ela é determinada por fatores genéticos e não sofre influência de hábitos de vida.
O nível ideal é menor que 30 mg/dL (75 nmol/L). Apesar de ainda não haver tratamento específico para reduzir essa partícula, sua identificação é fundamental para ajustar a avaliação do risco cardiovascular de cada paciente.
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Novos tratamentos
As diretrizes da SBC também trazem orientações atualizadas para pacientes classificados entre alto e extremo risco, que apresentam colesterol elevado. Para esses casos, o uso de estatinas associado à ezetimiba, bem como terapias anti-PCSK9 e o ácido bempedoico, passam a ser recomendados como primeira linha de tratamento.
Segundo os especialistas, a mudança busca garantir maior proteção, especialmente em situações de intolerância às estatinas ou necessidade de uma redução adicional do risco cardiovascular.
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*Com informações do O Globo