PESQUISA

Ratos fazem primeiros socorros entre si, revela estudo

Os ratos testados nunca haviam presenciado ou aprendido tal ação antes

Ratos conseguem prestar primeiros socorros entre si (Foto: Reprodução)
Ratos conseguem prestar primeiros socorros entre si (Foto: Reprodução)

Um estudo publicado na última sexta-feira (21) na revista Science revelou que ratos são capazes de prestar assistência uns aos outros, sugerindo que o instinto de cuidado pode ser mais comum no reino animal do que se imaginava. A pesquisa, conduzida por especialistas, mostrou que os roedores tentam diferentes métodos de reanimação até conseguir reviver um rato sedado.

No experimento, dois ratos foram colocados juntos em uma gaiola, e um deles foi sedado. Ao perceber que o companheiro estava inconsciente, o outro rato iniciou uma série de ações para reanimá-lo:

  1. Patadas e mordidas: O rato começou com estímulos físicos, como dar patadas e morder o colega.
  2. Desobstrução das vias aéreas: Em seguida, puxou a língua do rato desmaiado para garantir que ele pudesse respirar.

Em um teste adicional, os pesquisadores colocaram uma pequena bolha de plástico na boca do rato inconsciente. O companheiro rapidamente removeu o objeto, demonstrando uma preocupação ativa com a respiração do outro.

Embora não se trate de um procedimento de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) como o realizado por humanos, os cientistas compararam o comportamento dos ratos a técnicas de reanimação básica, como o uso de sais aromáticos ou estímulos físicos. “A principal intenção parece ser garantir que o indivíduo inconsciente consiga respirar”, explicou Guang Zhang, um dos autores do estudo.

Ao monitorar a atividade cerebral do rato que prestou socorro, os pesquisadores identificaram a ativação de neurônios liberadores de ocitocina, um hormônio associado a comportamentos de cuidado e empatia em diversas espécies de vertebrados.

Um dos pontos mais impressionantes da pesquisa é que o comportamento de socorro parece ser instintivo, e não aprendido. Os ratos envolvidos no estudo tinham apenas dois a três meses de vida e nunca haviam sido expostos a situações semelhantes ou aprendido esse tipo de ação antes.