inteligência

Relatório da CPI do 8 de Janeiro alertou para ‘Abin paralela’ sob Bolsonaro

Documento final da comissão fala que enfraquecimento da agência foi proposital e está diretamente ligado à tentativa de criação de órgão paralelo de inteligência

Canais bolsonaristas deletam mais de 1,5 mil vídeos após operação da PF contra o ex-presidente Volume é superior ao contabilizado anteriores
Foto: Agência Brasil

O relatório final da CPI do 8 de Janeiro, de outubro do ano passado, já falava que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) passava por um enfraquecimento proposital e associado à tentativa de criar uma órgão paralelo de inteligência, “comprometido unicamente com os interesses do então presidente da República”.

A apoiadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou a criação de uma Abin paralela e afirmou que a agência, Polícia Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica sonegavam informações.

No documento, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que as investigações revelaram que não houve propriamente um “apagão de inteligência”, e sim “o desvirtuamento, o enfraquecimento e o desmantelamento de um sistema de inteligência que, se tivesse sido levado a sério, poderia ter evitado os acontecimentos do dia 8 de janeiro.”

“Verificou-se que o sistema brasileiro de inteligência sofreu, a partir da gestão de Jair Bolsonaro, um contínuo processo de informalização: em lugar de utilizar uma rede confiável de distribuição de informes de inteligência, com destinatários definidos e responsabilizáveis pelo processamento dos dados, as informações passaram a circular em grupos de WhatsApp, que não ofereciam nenhuma garantia quanto à confirmação do recebimento das mensagens, nem envolviam protocolos de tomada de decisão”, escreveu.

PF faz buscas contra Carlos Bolsonaro e mira núcleo político da ‘Abin Paralela’

A Polícia Federal cumpriu na manhã da última segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão para avançar na investigação sobre a atuação da chamada “Abin Paralela” no governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dos alvos é Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente. Nessa nova ação, a PF mira pessoas que foram destinatárias das informações produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.

Segundo a PF, as medidas cumpridas tem como objetivo “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]”. Continue lendo…

*VIA FOLHAPRESS