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Seca, México e tarifaço: Carne bate R$ 150 o kg nos Estados Unidos

Carne moída disparou 3,9% só em julho e 15,3% em seis meses, atingindo cerca de R$ 75 o quilo

Seca, México e tarifaço: Carne bate R$ 150 o kg nos Estados Unidos Carne moída disparou 3,9% atingindo cerca de R$ 75 o quilo
Foto: freePik

A combinação de seca, restrições ao México e impacto do tarifaço sobre o Brasil fez a carne atingir um dos maiores preços da história nos Estados Unidos. O produto, símbolo da gastronomia americana, chegou a quase R$ 150 o quilo, segundo dados recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O levantamento mostra que a carne para churrasco custa, em média, US$ 11,875 a libra, com alta de 3,3% em apenas um mês e salto de 9% no último semestre. A carne moída, base para hambúrgueres, também disparou: 3,9% só em julho e 15,3% em seis meses, atingindo US$ 6,338 a libra — cerca de R$ 75 o quilo.

A crise começou com o clima. Relatórios oficiais apontam que a oferta de carne bovina nos EUA será a menor em dez anos, resultado da seca prolongada e do peso menor do gado nos pastos. O USDA reduziu em 1% a previsão de produção apenas em agosto e estima queda de 4% em relação ao início do ano.

Além disso, o tarifaço de 50% contra o Brasil já reduziu em quase 2% a expectativa de importações de carne em 2025, com impacto ainda maior previsto para 2026. A projeção é de que 180 mil toneladas a menos do produto brasileiro cheguem ao mercado americano.

Outro baque veio do México. O governo dos EUA decidiu manter restrições à importação de gado do país vizinho após a detecção da doença NWS, conhecida como “bicheira do Novo Mundo”. Considerada devastadora, a praga pode matar bovinos e até se espalhar para aves e humanos. As medidas de combate incluem a construção de uma fábrica de moscas estéreis no Texas, mas os efeitos devem demorar a aparecer.

Com a combinação de seca, restrições ao México e o tarifaço, os preços da carne nos Estados Unidos devem continuar pressionados, criando uma tempestade perfeita para consumidores e para a cadeia produtiva americana.

*Com informações da CNN Brasil