Judiciário

STF envia à primeira instância cinco pedidos de investigação contra Bolsonaro

Casos tratam de ataques de Bolsonaro ao tribunal e ministros da corte e uma fala considerada racista

Lula pede ao TSE que proíba Bolsonaro de usar fala na ONU em campanha
Lula pede ao TSE que proíba Bolsonaro de usar fala na ONU em campanha (Foto: Reprodução)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta sexta-feira para a Justiça Federal do Distrito Federal cinco pedidos de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ataques ao tribunal e ministros da Corte, além de uma fala considerada racista. Estas são as primeiras ações que têm como alvo o ex-presidente que saem do Supremo rumo à primeira instância.

Como não é mais presidente da República, Bolsonaro perdeu a prerrogativa de foro que determina que mantinha processos e ações contra ele na mais alta instância da Justiça brasileira, o STF.

Os pedidos de investigação contra Bolsonaro foram apresentados ao STF em 2021 após o ex-presidente atacar o tribunal em pronunciamentos feitos durante as celebrações de 7 de setembro. Em outra ação, Bolsonaro era alvo de um pedido de investigação por ataques aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Há ainda o caso em que o PSOL e o PT pediam que Bolsonaro fosse investigado por suas declarações que associavam o peso de um homem negro a arrobas.

“Consolidado é, pois, o entendimento deste Supremo Tribunal de ser inaceitável em qualquer situação, à luz da Constituição da República, a incidência da regra de foro especial por prerrogativa da função para quem já não seja titular da função pública que o determinava”, afirmou Cármen Lúcia nos despachos publicados nesta sexta-feira.

Segundo Cármen Lúcia, “a expiração do mandato no cargo de Presidente da República e a não ocupação de outro cargo público pelo requerido, que pudesse atrair a competência deste Supremo Tribunal Federal, faz cessar a competência penal originária desta Casa para o processamento deste e de qualquer feito relativo a eventuais práticas criminosas a ele imputadas e cometidas no exercício do cargo e em razão dele desde 1º.1.2023”.

Apesar dos encaminhamentos dados à primeira instância, por enquanto permanece com Cármen Lúcia a ação questiona a competência do Supremo para a investigação de supostos desvios no Ministério da Educação (MEC) durante a administração de Milton Ribeiro. O caso chegou ao STF depois que a Justiça Federal entendeu haver indícios de uma possível interferência de Bolsonaro na investigação de Ribeiro.