STF tem maioria contra pedido de liberdade de Robinho, acusado de estupro
Análise de recurso da defesa no plenário virtual do tribunal tem seis votos contra um
O STF (Supremo Tribunal Federal) formou nesta quinta-feira (28) maioria de votos contra o pedido de liberdade do ex-jogador Robinho. Com o voto do ministro Edson Fachin, o placar está em seis votos a um. O ministro Gilmar Mendes foi o único divergente até o momento. Ele defendeu a derrubada da decisão do próprio STF que permitiu o cumprimento, no Brasil, da pena imposta pela Justiça da Itália por estupro coletivo.
Robinho está preso desde março de 2024 na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. A sentença estrangeira foi reconhecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ex-jogador, no entanto, continua negando as acusações.
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De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos teriam praticado violência sexual contra uma jovem albanesa em uma boate em Milão, em 2013. Segundo a Justiça italiana, a vítima foi embriagada e, inconsciente, levada para um camarim, onde sofreu múltiplos abusos.
O ex-atleta foi condenado em 2017 a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo. Em 2022, a Corte italiana confirmou a decisão de forma definitiva, sem possibilidade de novos recursos. No Brasil, após o reconhecimento da sentença pelo STJ, a defesa apresentou dois pedidos de habeas corpus, ambos rejeitados.
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A prisão de Robinho foi decretada em março de 2024, quando a Justiça brasileira homologou a decisão estrangeira. Desde então, ele cumpre pena em regime fechado em São Paulo, em uma unidade destinada a ex-policiais e réus com perfil de notoriedade pública.
O caso ganhou repercussão internacional e provocou forte reação no Brasil, especialmente após a divulgação de interceptações telefônicas em que Robinho e amigos descrevem a violência. As gravações foram usadas como prova pela Justiça italiana e se tornaram um dos elementos centrais para a condenação.