Supremo mantém prisão preventiva de Braga Netto
General da reserva foi preso durante operação da PF, na manhã de sábado (14), suspeito de obstrução de Justiça
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão preventiva do general Walter Souza Braga Netto após audiência de custódia. Ele foi preso durante operação da Polícia Federal (PF), na manhã de sábado (14), suspeito de obstrução de Justiça.
Conduziu a audiência o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), auxiliar do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, que emitiu o mandado de prisão preventiva.
Conforme a PF, a operação que culminou na prisão de Braga Netto teve como objetivo cumprir mandados judiciais expedidos pelo STF envolvendo pessoas “que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”, a fim de impedir a repetição da conduta ilícita.
Ainda segundo relatório da PF, Braga Netto tentou conseguir informações sobre a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, com o pai do militar. A corporação diz, ainda, que o ex-ministro da Defesa agiu de forma “reiterada e destacada para impedir a completa identificação dos fatos investigados”.
Inclusive, conforme a decisão de Alexandre de Moraes, Braga Netto, que também foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em 2022, tentou conseguir detalhes da delação de Cid logo que ele deixou a prisão, em setembro do ano passado.
“As ações perpetradas indicaram que Braga Netto tentou obter os dados repassados pelo colaborador Mauro Cid à investigação, com o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”, conclui a PF.
A defesa de Braga Netto, por sua vez, afirma que ele não tentou interferir na investigação. Anteriormente, o próprio general da reserva tinha negado o plano de golpe e de assassinato de autoridades.