Testemunha afirma que Lulinha recebia mesada de R$ 300 mil do “Careca do INSS”, diz jornal
Fábio Luís Lula da Silva teria recebido pagamentos de Antônio Carlos Camilo Antunes
Uma nova frente de tensão política tomou conta de Brasília após a divulgação de um depoimento que cita Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, em supostos repasses milionários feitos por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Segundo o jornal Poder360, uma testemunha afirmou à Polícia Federal que o filho mais velho do presidente Lula teria recebido uma “mesada” de aproximadamente R$ 300 mil, além de um repasse de R$ 25 milhões.
- PF encontra filho de Lula em ação contra ex-nora do petista: “Recebeu a equipe de forma tranquila”
A informação foi prestada por Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, que afirma estar sendo perseguido pelo empresário. O depoimento chegou à CPMI do INSS, que analisa suspeitas de fraudes envolvendo descontos ilegais em benefícios previdenciários.
Depoimento menciona repasses, viagens e relação próxima
De acordo com o Poder360, a testemunha relatou ainda que Lulinha teria viajado para o exterior ao lado de Antunes, incluindo uma ida a Portugal. Os documentos enviados pela PF à CPMI também mencionam conversas de WhatsApp em que investigados citam o nome de Fábio Luís e demonstram preocupação com possível associação entre ele e negócios da World Cannabis, empresa ligada a Antunes e suspeita de lavagem de dinheiro.
Apesar das menções, a reportagem afirma que a PF ainda não encontrou prova de participação direta de Lulinha em fraudes ou esquemas de descontos fraudulentos do INSS.
Divergências dentro da PF e pressão política
O jornal aponta que há divisão interna sobre o andamento das investigações. Uma ala defenderia acelerar os trabalhos para esclarecer se houve participação do filho do presidente; outra considera que os indícios ainda são frágeis. Por ora, prevalece a avaliação de que não há ligação direta de Fábio Luís com as irregularidades, embora a proximidade com investigados esteja sendo analisada.
A CPMI tenta avançar na apuração e deve votar ainda nesta quinta-feira (4/11) o requerimento de convocação de Lulinha. A convocação de Edson Claro chegou a ser proposta no mês passado, mas foi barrada por parlamentares governistas.
Segundo o Poder360, antes de Fábio Luís se mudar para Madri, na Espanha — mudança feita em meados deste ano e sem previsão de retorno antes do fim do mandato do presidente Lula —, integrantes do governo teriam buscado membros da CPMI para evitar o que chamaram de “perseguição” ao filho do presidente.
Relatórios do Coaf revelam novas conexões
A reportagem menciona ainda um Relatório de Inteligência Financeira do Coaf envolvendo Ricardo Bimbo Troccolli, secretário do PT, que teria feito pagamentos a João Muniz Leite, ex-contador da família Lula.
Além disso, documentos em poder da CPMI apontam movimentações financeiras entre Antunes e a empresária Roberta Moreira Luchsinger, que teria recebido mais de R$ 1 milhão do “Careca do INSS”. A defesa dela nega qualquer relação com fraudes no INSS e afirma que sua atuação se limitou a debates sobre regulação do setor de canabidiol. Roberta também confirmou manter relação pessoal com Fábio Luís e sua família.
O advogado de Antunes declarou ao veículo que desconhece os dados apresentados e preferiu não comentar o caso.