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Uso de anabolizantes leva homem de 36 anos a transplante de coração

Instituto Nacional de Cardiologia cita operação de emergência após grave diagnóstico

Instituto Nacional de Cardiologia cita operação de emergência após grave diagnóstico Uso de anabolizantes leva homem a transplante de coração
Imagem: FreePik

O Instituto Nacional de Cardiologia (INC) acendeu um alerta após registrar um caso grave envolvendo o uso de anabolizantes: um homem de 36 anos, sem histórico de problemas cardíacos, acabou precisando de um transplante de coração depois de consumir essas substâncias por apenas três meses. O episódio, que ganhou grande repercussão entre especialistas, reforça os riscos reais e muitas vezes subestimados ligados ao consumo indiscriminado desses produtos.

Rafael, de 36 anos, não tinha qualquer histórico de doenças cardíacas. Mas, após três meses usando anabolizantes, começou a sentir fadiga intensa, falta de ar e inchaço nas pernas. Em junho de 2025, ele foi internado no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e, diante do agravamento do quadro, precisou ser transferido para o INC, referência nacional em doenças cardiovasculares.

No instituto, os médicos identificaram que Rafael estava em insuficiência cardíaca grave, com dilatação e comprometimento dos dois ventrículos. O fígado e os rins também já apresentavam falhas. A equipe concluiu que não havia outra saída: seria necessário um transplante de coração. O procedimento foi realizado no próprio INC e, três meses depois, Rafael se recupera — mas faz um alerta duro sobre o preço da aparência imediata.

“O anabolizante mata. Ele te dá a felicidade da aparência por fora, mas, por dentro, faz um estrago, principalmente no coração”, afirmou. “Fui da felicidade da aparência à tristeza por perder a saúde que eu sempre tive. Então fica a dica: prefira a boa saúde em vez da felicidade momentânea da aparência.”

O caso levou o INC a reforçar alertas sobre os riscos do uso indiscriminado de anabolizantes. Além de comprometer o músculo cardíaco, essas substâncias podem causar hipertensão, aumentar a formação de coágulos — que podem resultar em infarto ou AVC — e elevar o colesterol, favorecendo a aterosclerose, outro fator grave para doenças cardiovasculares.

A busca rápida por um “corpo perfeito” pode ter consequências sérias. E, como a história de Rafael mostra, colocar a saúde em risco pode custar muito mais do que resultados estéticos temporários.