Veja como funciona a ‘fábrica’ de mosquitos usados contra dengue, aberta em Curitiba
Fábrica produz mosquitos contaminados com bactéria que reduz potencial de transmissão do vírus da dengue
Despertou curiosidade nas redes sociais o anúncio do Ministério da Saúde de que já está funcionando, em Curitiba (PR), uma fábrica de mosquitos usados no combate à dengue. O governo afirma que essa é a maior biofábrica do gênero no mundo. Mas como ela funciona?
O método consiste em desenvolver mosquitos Aedes aegypti, vetores da doença, já contaminados com a bactéria Wolbachia. “Quando os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos selvagens, ajudando a formar uma nova geração com menor capacidade de transmitir essas arboviroses [dengue e outras]. Com o tempo, a proporção de mosquitos infectados pela bactéria aumenta e substitui a linhagem selvagem, dispensando novas liberações”, explica no ministério.
O método Wolbachia está em vigor no Brasil há mais de dez anos e teve seu uso ampliado pelo governo em áreas prioritárias. Em Niterói (RJ), os casos de dengue caíram 69% nos bairros cobertos pela tecnologia, segundo o Ministério da Saúde.
“Além dos benefícios para a saúde pública, o método apresenta bom custo-benefício para o governo: para cada R$ 1 investido, o país economiza até R$ 500 em medicamentos, internações e tratamentos”, acrescenta a pasta. O ministério afirma que, com a nova unidade no Paraná, a produção alcançará 100 milhões de ovos por semana.
“Não existe nenhum lugar no mundo que produz a quantidade de mosquitos que nós passaremos a produzir aqui no Brasil com essa tecnologia inovadora, que já testamos em várias cidades do nosso país. Isso coloca o Brasil na linha de frente dessa tecnologia para o mundo”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, segundo nota divulgada pela pasta.
Também em comunicado, a Wolbito do Brasil diz que a expectativa é proteger ao menos 14 milhões de pessoas por ano a partir da nova operação. “Inicialmente, a unidade atenderá exclusivamente ao MS [Ministério da Saúde], garantindo a distribuição dos mosquitos Wolbitos para diversas regiões do Brasil com altos índices de dengue.”
*Com informações do jornal Folha de S. Paulo