Zambelli vai alegar que está doente e que não consegue viajar ao Brasil
Zambelli teria se entregado ao perceber que a polícia italiana estava na porta da casa dela, esperando que ela saísse
Presa pela polícia italiana na tarde desta terça-feira (29) nos arredores de Roma, a deputada federal Carla Zambelli vai alegar às autoridades do país que está doente, toma medicamentos, e que por isso não pode ser submetida à prisão ou a uma viagem ao Brasil. De acordo com a CNN, Zambelli também vai apresentar passaporte que comprove cidadania italiana e vai pedir para não ser deportada.
O advogado Fabio Pagnozzi, que representa a parlamentar, também vai argumentar que a cliente não teve direito amplo e irrestrito à defesa, como estabelece o devido processo legal.
Segundo informações preliminares, a polícia descobriu onde Zambelli estava escondida, nos arredores de Roma, e lá ficaram na porta – já que eles não poderiam entrar no imóvel. Ao ver policiais em frente à residência dela, a deputada decidiu se entregar. Segundo disseram advogados à CNN, Zambelli já pretendia se render, mas a polícia antecipou esse movimento.
Fuga de Zambelli
A deputada tem cidadania italiana e a primeira ministra do país é Giorgia Meloni, do partido de ultradireita Fratelli D’Ítalia. Ela disse no começo de junho, em entrevista à rádio Auriverde, de Bauru, que é alvo de perseguição e que pretendia viajar pelo continente europeu e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou. “Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (…) Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu”, disse na época.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.