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Zé Celso morre no aniversário de um mês de seu casamento

Lula lamentou morte de dramaturgo, que havia entrado para lista da Forbes dois dias antes de incêndio em seu apartamento

Lula lamentou morte de dramaturgo, que havia entrado para lista da Forbes Zé Celso morre no aniversário de um mês de seu casamento

O diretor José Celso Martinez Corrêa, 86 anos, morreu nesta quinta-feira (6), exatamente um mês após se casar com ator Marcelo Drummond. O dramaturgo estava internado na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, após ter 53% do corpo queimado em um incêndio que atingiu o apartamento onde morava, na última terça-feira (4). Outras três pessoas ficaram feridas no incêndio: o marido Marcelo e os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt.

Zé Celso e Marcelo se casaram no dia 6 de junho, em uma celebração no Teatro Oficina que reuniu personalidades, intelectuais e artistas como Marina Lima e Daniela Mercury, que cantaram no evento.

Acometido por uma diverticulite dias antes do casamento, Zé Celso entrou numa cadeira de rodas que era empurrada pelo noivo.

A cantora Marina Lima deu início à comemoração cantando “Fullgás“, música em que o casal se conheceu.

Daniela Mercury, Bete Coelho, Leona Cavalli — e Maria Bethânia, em participação por mensagem de voz— foram outros artistas que se apresentaram na festa, que teve também rituais indígenas e do candomblé.

O casamento vai ganhar um registro em filme. O cineasta Fernando Coimbra (de “O Lobo Atrás da Porta”) comandou uma equipe de oito pessoas que gravou toda a cerimônia.

‘Sempre defendeu a democracia’, diz Lula

O presidente Lula (PT) lamentou a morte de Zé Celso, exaltando a importância do dramaturgo para as artes brasileiras.

“José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, como sempre foi chamado carinhosamente, foi por toda a sua vida um artista que buscou a inovação e a renovação do teatro. Corajoso, sempre defendeu a democracia e a criatividade, muitas vezes enfrentando a censura. Transformou o Teatro Oficina em São Paulo em um espaço vivo de formação de novos artistas”, disse o petista.

Lista na Forbes

Dois dias antes do incêndio que resultou na morte de Zé Celso, o dramaturgo havia sido eternizado em lista da revista Forbes. O artista havia sido selecionado para a lista 50 Over 50 2023, seleção que homenageia as 50 maiores personalidades brasileiras que estão acima dos 50 anos.

No texto sobre o trabalho de Zé Celso, a revista destaca:

“Depois de sofrer censura durante a ditadura, ele partiu para o exílio em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos. Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme 25, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo.”

“Em 1991, Zé Celso retornou à cena em As Boas, de Jean Genet. Figura que nunca se cansa de surpreender, casou-se este mês com seu companheiro de 37 anos e atualmente planeja a adaptação do livro A Queda do Céu, “soprado” pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert.”