DESPEDIDA

Adolescente que morreu eletrocutada durante chuva é velada em Bonfinópolis

Nathally trabalhava em uma papelaria em Goiânia

Nathaly Rodrigues do Nascimento (Foto: Reprodução)

Em meio à dor e à revolta, familiares e amigos se despedem, na tarde desta quarta-feira (24), da adolescente Nathally Rodrigues do Nascimento, de 17 anos. O velório ocorreu no Cemitério Municipal de Bonfinópolis, cidade onde ela morava com os pais. O clima foi de profunda tristeza, mas também de indignação: parentes e amigos carregavam cartazes com frases como “Eterna Nathally” e pedidos de Justiça. A família atribui a morte à negligência da Equatorial, concessionária de energia elétrica responsável pela região.

Nathally morreu na terça-feira (23), em Goiânia, após sofrer uma descarga elétrica ao pisar em uma poça d’água com cabos de alta tensão rompidos. A tragédia aconteceu na Rua 20, no centro de Goiânia, por volta das 17h30, quando Nathally deixava o trabalho e retornava para Bonfinópolis, onde tinha uma prova marcada na escola.

De segunda a sexta-feira, ela mantinha uma rotina intensa: acordava às 4h30 da manhã para pegar um ônibus até Goiânia, trabalhava em uma papelaria e, no fim do expediente, voltava para Bonfinópolis para estudar à noite.

Ao Mais Goiás, o primo da jovem, Eduardo Henrique, contou que Nathally tinha muitos sonhos, mas a prioridade era concluir os estudos e dar orgulho aos pais. “Ela tinha o sonho de se casar, queria trabalhar, tinha uma rotina de adulto e nunca reclamou. Ela tinha duas irmãs e um irmão e morava com os pais em Bonfinópolis”, disse.

O enterro está previsto para as 17h, no Cemitério Municipal de Bonfinópolis.

O acidente

Segundo testemunhas e a avó da vítima, Nathally saiu correndo do trabalho sob forte chuva para não se atrasar para a prova. Ao tentar atravessar a Rua 20, no centro de Goiânia, pisou em uma poça d’água que escondia os fios de energia rompidos, que haviam caído pouco antes.

“Tinha raios de faíscas de eletricidade no asfalto. Como tinha muita água, quando ela pisou, o fio já estava descendo. Três pessoas passaram na frente dela. Quando ela foi passar, tirou as sandálias. Quando pisou, foi na hora”, relatou a avó, Terezinha Gomes Rodrigues, em entrevista à Record Goiás.

A Polícia Militar chegou ao local, mas os cabos ainda estavam energizados, o que impediu um resgate imediato. Somente após a chegada das equipes da Equatorial, a energia foi cortada, permitindo que a Polícia Científica realizasse a perícia ainda sob chuva intensa.

Em nota, a Equatorial lamentou o ocorrido e afirmou que as causas do acidente serão investigadas pelas autoridades competentes.

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