RESPOSTA

Advogada de ONG inspecionada por MP em Caldas Novas nega maus-tratos e detalha caso

"Com o que foi apresentado na delegacia, o delegado não constatou a flagrância e nem ocorrência de crime", afirma a defensora Lorena Paixão

Prefeitura de Caldas Novas faz acordo com ONG inspecionada por MP para cuidar de animais
Prefeitura de Caldas Novas faz acordo com ONG inspecionada por MP para cuidar de animais (Foto: Reprodução)

A advogada da organização não governamental (ONG) Socorro Animal, Lorena Paixão, negou a existência de maus-tratos aos animais do local. Na segunda-feira (26), o Ministério Público de Goiás (MPGO) realizou fiscalização nas dependências da ONG, em Caldas Novas, e apontou a existência de irregularidades.

Segundo Lorena, contudo, o delegado não constatou qualquer flagrância ou ocorrência de crime. “Acompanhei a inspeção realizada pelo Ministério Público ontem [segunda] e ocorre que a promotoria realizou algumas fotos e apenas verificou a situação. E, com o que foi apresentado na delegacia, o delegado não constatou a flagrância e nem ocorrência de crime, e somente ouviu a presidente da ONG e irá realizar uma verificação preliminar investigativa (VPI) para analisar.”

Ela emenda: “Não havia maus-tratos. Um cão que estava doente aguardava a realização de exame e um animal que havia falecido estava separado em tratamento, mas não resistiu.” Nesta terça-feira (27), inclusive, o MP se reuniu com o prefeito de Caldas Novas, Kleber Marra (MDB), e o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do município, Sérgio Gustavo da Silva, para buscar uma solução definitiva, junto a uma representante da ONG. A advogada, que participou, informou que a prefeitura “se comprometeu a assumir os animais, que sobrevivem de doações, bem como destinar veterinários e medicamentos, o que não temos”.

Fiscalização

Após a fiscalização, o MP disse que as baias estavam sujas de urina e tinham fezes espalhadas por todo o espaço, além de estarem misturadas à ração. A promotora Fabiana Cândido ainda teria visto animais desnutridos e com feridas sem cuidados, além de um deles morto, em avançado estado de decomposição, o que gerava mau cheiro na unidade. Ela relatou, também, que a água que os animais utilizavam era imprópria para o consumo, com lodo, e a ração estava mofada, devido ao armazenamento inadequado, sob o sol, em uma caixa d’água. A advogada, como já mencionado, nega esses relatos.

Em decorrência do suposto crime de maus-tratos, a promotora acionou a Polícia Militar, que levou a presidente da ONG à delegacia para esclarecimentos. Servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos também estiveram presentes.

Acionada, a secretária da ONG se prontificou a providenciar a limpeza do local e a encaminhar os animais doentes e desnutridos para tratamento médico veterinário com urgência. Sobre a reunião desta tarde, o Mais Goiás procurou a prefeitura, mas não teve retorno. O portal também solicitou uma nova posição do Ministério Público. Caso haja retorno, essa matéria será atualizada.

LEIA TAMBÉM:

Irmãs são presas em Goiânia suspeitas de maus-tratos que levaram cachorro à morte