Advogado da família de homem morto em farmácia em Goiânia diz que defesa faz ‘cortinas de fumaça’
Júri foi cancelado nesta quarta-feira
Emanuel Rodrigues, advogado da família de João do Rosário Leão, assassinado em uma farmácia de Goiânia, em 2022, afirma que “a sociedade Goiânia não aceitará as cortinas de fumaça criadas pela defesa para tirar o foco do único responsável pela morte de João, que é Felipe Gabriel Jardim Gonçalves”. O júri do réu foi cancelado nesta quarta-feira (15), após uma pergunta da defesa à filha da vítima gerar um tumulto no tribunal.
Os advogados insinuaram a Kennia Yanka, 29, ex-namorada do réu, que o pai não teria morrido se ela não existisse, o que provocou uma forte reação do Ministério Público (MPGO). A promotoria considerou a situação abusiva e começou uma discussão que levou à suspensão dos trabalhos e, posteriormente, ao cancelamento da sessão, após uma jurada passar mal.
Ainda em nota ao Mais Goiás, Emanuel disse que a “defesa da família de João do Rosário Leão lamenta profundamente a dissolução do conselho de sentença ocorrido nessa manhã. Afirma ainda que a forma nefasta e imprópria com que a defesa do acusado tentou transferir o julgamento para Kennia Yanka foi a principal justificativa para o fim inesperado do julgamento sem que se chegasse a um resultado. Desejamos melhoras à jurada que passou mal e aguardamos que o júri seja remarcado para data muito breve”.
Ao Mais Goiás, Kennia Yanka disse que o sentimento da família é de frustração. Os parentes de João, todos com camisetas estampadas com pedidos de justiça, esperavam que hoje tivesse início o último capítulo dessa história, que se arrasta no judiciário há tanto tempo. “É uma tortura. Estamos esperando por três anos e quatro meses por esse júri, preparando-nos psicologicamente e tendo de reviver tudo novamente”, declarou.
Morte na farmácia
Em relação ao crime, no final da manhã de 27 de junho de 2022, Felipe Gabriel entrou em uma farmácia localizada na avenida T-4, no setor Bueno, e matou a tiros João do Rosário Leão, conforme a denúncia. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do crime, que ocorreu na frente da filha gestante. Depois, ele saltou sobre o balcão e atirou novamente, fugindo em seguida.
A vítima chegou a ser socorrida e levada em estado grave para o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas não resistiu e faleceu algumas horas depois. Felipe está preso.
O Mais Goiás procurou o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para uma atualização sobre o cancelamento e aguarda retorno.
Nota da defesa da família de João do Rosário Leão:
“A defesa da família de João do Rosário Leão lamenta profundamente a dissolução do conselho de sentença ocorrido nessa manhã. Afirma ainda que a forma nefasta e imprópria com que a defesa do acusado tentou transferir o julgamento para Kennia Yanka foi a principal justificativa para fim inesperado do julgamento sem que se chegasse a um resultado. Desejamos melhoras a jurada que passou mal e aguardamos que o júri seja remarcado para data muito breve. Cremos ainda que a sociedade Goiânia não aceitará as cortinas de fumaça criadas pela defesa para tirar o foco do único responsável pela morte de João, que é Felipe Gabriel Jardim Gonçalves.“