DEMANDA

Alta no preço do etanol em Goiás é reflexo do reajuste na gasolina, diz sindicato

Além do alto preço da gasolina, provocado pela sequência de reajustes anunciados pela Petrobras para…

Foto: Jucimar de Sousa

Além do alto preço da gasolina, provocado pela sequência de reajustes anunciados pela Petrobras para as refinarias, o consumidor tem enfrentado também o aumento do preço do etanol nos postos de combustíveis. Em alguns postos da região central de Goiânia, por exemplo, o álcool pode ser achado por quase R$ 5 o litro – conforme apurado pelo Mais Goiás. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg), André Rocha, esse valor é um reflexo da alta demanda dos consumidores que tentam fugir do preço da gasolina.

O preço do litro do etanol apresenta variação para cima desde o final de janeiro. Conforme a tabela do Cepea, o preço médio do litro em Goiás (sem frete e impostos) era de R$ 1,85. No dia 26 de fevereiro, o preço do etanol estava em R$ 2,39. Em uma pesquisa realizada pela reportagem, o menor preço encontrado na capital foi o de R$ 3,54 e o maior, R$ 4,87. 

Para o presidente da Sifaeg, a variação do preço está atrelada, mesmo que de forma indireta, à da gasolina, uma vez que o etanol acabou se tornando uma via alternativa para aquele consumidor insatisfeito com os reajustes feitos pela Petrobras. Além disso, Rocha destaca que há uma baixa oferta de etanol no mercado, já que a próxima safra para a produção do combustível deve ter início em Goiás somente em abril.

“Como houve um aumento da gasolina, o pessoal acaba migrando para consumir mais etanol. Nós estamos numa entressafra. Não tem ninguém produzindo etanol no Brasil, então não tem oferta. E essa oferta, a cada dia que passa, cai […]. Então eu estou na curva de queda de oferta e começou um aumento de consumo. É a lei máxima do mercado: oferta e demanda”, explica o presidente.

Gasolina

Em dois meses, o valor da gasolina já sofreu cinco reajustes que geram uma alta acumulada de 41,5%. Para se ter uma noção, um trabalhador que recebe salário mínimo (R$ 1.100) em Goiânia conseguirá encher o tanque de um carro de passeio com capacidade de 50 litros por cerca de três vezes ao mês, desconsiderando outros gastos.

Em nota divulgada à imprensa, a Petrobras afirmou que “os preços praticados pela agência e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.