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Alunas da UFG vencem prêmio nacional do Itamaraty por estudo sobre invisibilidade de mulheres negras

Pesquisa destacou-se pela abordagem crítica e pela análise metodológica considerada robusta

Alunas da UFG vencem prêmio nacional do Itamaraty por estudo sobre invisibilidade de mulheres negras análise metodológica considerada robusta
Imagem: Reprodução

Duas alunas do 6º período do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram reconhecidas pelo Itamaraty ao vencerem o Prêmio Mônica de Menezes Campos, iniciativa da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag). As estudantes Maria Tereza Santos Pereira e Gabrielly Pereira Fonceca, ambas de 21 anos, conquistaram o prêmio nacional com um artigo que analisa como o racismo ambiental afeta mulheres negras no Brasil e de que forma essa invisibilidade se reproduziu durante a 29ª Conferência das Partes (COP29), após o Acordo de Paris.

O estudo premiado — “Como o racismo ambiental afeta mulheres negras no Brasil e de que maneira sua invisibilidade se reproduz na 29ª Conferência das Partes após o Acordo de Paris?” — avalia discursos do vice-presidente Geraldo Alckmin e da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. A pesquisa destacou-se pela abordagem crítica e pela análise metodológica considerada robusta pelos avaliadores.

Reconhecimento importante para pesquisadores negros

Criado para destacar a produção acadêmica de pesquisadores negros do país, o prêmio é uma das principais iniciativas do Ministério das Relações Exteriores para estimular diversidade e representatividade na área de política externa e relações internacionais.

“Dar o devido reconhecimento a pessoas negras que produzem ciência no país é fundamental, especialmente diante das desigualdades que atravessam a população preta e parda e das barreiras para sua ascensão no ambiente acadêmico”, explicam as ganhadoras.

O nome do prêmio homenageia Mônica de Menezes, primeira mulher negra a ocupar um cargo de diplomata no Brasil.

UFG se destaca no cenário nacional

Para Gabrielly e Maria Tereza, representar Goiás e a UFG em uma premiação nacional ligada ao Itamaraty é motivo de enorme orgulho. Elas destacam que a produção acadêmica e o acesso aos espaços de formulação de política externa historicamente se concentram nas regiões Sudeste e Sul — o que torna o reconhecimento ainda mais significativo.

“A vitória mostra que a UFG tem capacidade de competir com instituições tradicionais e ajuda a fortalecer o curso de Relações Internacionais no cenário regional”, afirmam. Segundo as estudantes, o resultado também desmistifica a ideia de que o conhecimento estratégico para a diplomacia está restrito a certos eixos do país.

Conquista para Goiás

Para além da visibilidade do curso, as estudantes afirmam que o prêmio evidencia a capacidade de jovens pesquisadoras goianas de conectar teoria e demandas políticas atuais, produzindo um material original, sólido e relevante para o debate sobre diversidade e meio ambiente.

“Representar Goiás e levar o nome da Universidade Federal de Goiás ao Itamaraty é uma conquista enorme para nós, para a UFG e para o estado”, completam.