Apenas dois casos de suspeita de intoxicação por metanol estão em investigação em Goiás
Situações em análise são de Itapaci e Formosa
Dos oito casos já registrados de suspeita de intoxicação por metanol, apenas dois seguem em investigação, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), nesta segunda-feira (13). São eles: uma mulher de 25 anos, de Itapaci, que está internada no Hospital Estadual Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu; e um homem de 20 anos, no Hospital Estadual de Formosa.
Os demais foram excluídos, quando não atendem aos critérios de definição para o caso suspeito, ou descartados, quando atendem aos critérios, mas não há detecção de metanol no exame realizado.
Sobre aqueles que não se confirmaram, a SES-GO já havia informado sobre três: Padre Bernardo, Bom Jesus e Senador Canedo. Os dois mais recentes não foram detalhados.
O que é metanol?
O metanol é um produto químico usado em produtos industriais e domésticos, como diluentes, anticongelantes, vernizes e até fluidos de fotocopiadora. Assim como o álcool que consumimos na cerveja, no vinho e nos destilados, o metanol é um líquido incolor com cheiro semelhante ao do álcool encontrado normalmente nessas bebidas, mas muito mais barato de produzir. Isso faz com que ele seja utilizado em bebidas adulteradas.
Dificilmente, será possível perceber a adulteração na hora do consumo, dado que seu gosto e efeito é semelhante ao da bebida não adulterada. No entanto, seus efeitos prejudiciais aparecem apenas horas depois, quando o organismo tenta eliminá-lo. A ingestão de pequenas quantidades pode ser extremamente prejudicial à saúde e alguns “shots” do composto podem ser fatais.
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O álcool é metabolizado no fígado. No caso do metanol, este metabolismo cria subprodutos tóxicos chamados formaldeído, formato e ácido fórmico. Eles atacam nervos e órgãos, sendo o cérebro e os olhos os mais vulneráveis, o que pode levar à cegueira, coma e morte.
A toxicidade do metanol está relacionada à dose ingerida e ao organismo. Tal como acontece com o álcool tradicional, quanto menos você pesa, mais você pode ser afetado por uma determinada quantidade.
Normalmente, os efeitos demoram entre 40 minutos e 72 horas para aparecer. Os primeiros sinais são semelhantes ao da intoxicação por álcool e incluem problemas de coordenação, equilíbrio e fala, bem como confusão e vômitos. Ao mesmo tempo, a pressão arterial cai, resultando em uma sensação de tontura e desmaio.
Em fases posteriores – cerca de 18 a 48 horas após a ingestão – o ácido fórmico, que interrompe a produção de energia nas células, faz com que o pH do sangue caia, danificando tecidos e órgãos do corpo. Isso pode causar insuficiência renal, convulsões e até sangramento gastrointestinal.
A intoxicação por metanol tem tratamento?
Devido ao seu rápido efeito no organismo, o início do tratamento deve ser feito assim que houve suspeita da intoxicação por metanol. Em ambiente hospitalar, existem medicamentos que podem ser administrados para tentar limpar o sangue, assim como a aplicação de diálise.
O antídoto para metanol é o álcool (etanol). Isso porque a metabolização do etanol pelo fígado pode ajudar a atrasar o metabolismo do metanol e reduzir seu efeito tóxico no corpo. Mas isso tem que ser feito rapidamente.