Surto de sarampo

Após vacinar apenas 35% das crianças, Goiânia prepara campanha para imunizar jovens e adultos

Em Goiânia, apenas 35% das crianças com idade entre seis meses e menores de cinco…

É preciso regularidade do Ministério da Saúde para vacinação até setembro, diz Flúvia
Superintendente de vigilância em saúde, Flúvia Amorim (Foto: Thaynara Cunha / Mais Goiás)

Em Goiânia, apenas 35% das crianças com idade entre seis meses e menores de cinco anos foram vacinadas contra o vírus do sarampo durante a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo, realizada em outubro deste ano. A meta era vacinar cerca de 20 mil crianças. Na manhã desta quinta-feira (14), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital anunciou o início da segunda etapa de vacinação contra a doença, que vai imunizar pessoas com idades entre 20 e 29 anos, a partir da próxima segunda-feira (18). As pessoas que ainda não se vacinaram, porém, poderão se dirigir aos postos de vacinação para receber a dose.

Conforme expôs a pasta, a campanha seguirá até o dia 30 de novembro. O dia “D” está agendado para o último dia da campanha. Foram disponibilizadas 25 mil doses da vacina para os 71 postos de vacinação da rede municipal de Goiânia. Para a SMS, a capital vive um surto de sarampo, uma vez que três casos já foram confirmados e outros 21 estão sendo investigados. “Embora a campanha tenha como foco, atualmente, as pessoas com idade entre 20 e 29 anos, quem ainda não tiver sido vacinado e for às unidades vai receber a dose da vacina”, explica a superintendente de vigilância em saúde, Flúvia Amorim. 

Flúvia alerta que não há dose extra da vacina, a tríplice viral. É necessário que as pessoas com idade entre seis meses e 29 anos tenham recebido duas doses da vacina. Já o público de 30 a 49 anos deve ter no cartão de vacina o registro de uma dose. “Quem já se vacinou não deve vacinar novamente. Além de você receber uma dose maior do que a prevista, pode ainda tomar a vacina que poderia ser ministrada em alguém que ainda não foi protegido”, alerta.

A superintendente afirmou, ainda, que há baixa cobertura vacinal para todas as vacinas e isso é um dos fatores que fez com que o vírus do sarampo voltasse. 

“É necessário manter o cartão de vacinas sempre atualizado. Não acredite em mensagens recebidas de fontes duvidosas. Muitas pessoas estão acreditando que as vacinas podem fazer mal, mas isso não procede. Conseguimos erradicar várias doenças graças ao calendário de vacinação, como a paralisia infantil e o tétano neonatal. Se não cuidarmos, não veremos apenas o sarampo adoecendo as pessoas, mas várias doenças que já havíamos erradicado de nossa cidade”, enfatiza.

Só em agosto de 2019, 16,8 mil vacinas foram ministradas em Goiânia. Em setembro foram 14,5 mil. Antes do anúncio do surto, a média vacinal contra o sarampo era de 4 mil pessoas por mês.

Meningite

A SMS investiga, ainda, a morte de um menino de nove anos, ocorrida no último sábado (9), sob suspeita de meningite. Conforme explica Flúvia, o vírus nunca foi erradicado em nosso estado e por isso é muito importante que as pessoas estejam vacinadas contra a doença também.

“É importante [frisar], primeiramente, que não é surto. Ano passado nós tivemos 64 casos de meningite e esse ano nós estamos com 32. Então, diminuiu muito o número de casos, mas todos os anos acontece. Diferente do sarampo que tinha sido eliminado, a meningite não foi eliminada porque nós temos tipos meningites que não têm vacina. Casos de meningite são registrados todos os anos. Estamos com três óbitos por meningite este ano, mas em 2018 foram 8. Não é surto, não há motivo para pânico”, explica.

A rede pública municipal de saúde disponibiliza quatro tipos de vacina contra a meningite: a Haemophilus Influenzae B, Pneumococo, Tuberculose e Meningococo C.

Meningite ainda não foi confirmada como causa da morte do menino; SMS reforça: "não há surto" (Foto: reprodução/TV Anhanguera)

Meningite ainda não foi confirmada como causa da morte do menino; SMS reforça: “não há surto” (Foto: reprodução/TV Anhanguera)

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira