Até o momento, não houve ocorrência sobre apps do auxílio emergencial, diz delegada

Apesar dos aplicativos não oficiais da Caixa Econômica Federal para o saque do auxílio emergencial de R$ 600 terem pipocado desde a liberação do benefício, no último dia 7, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), em Goiânia, não registrou nenhuma ocorrência do tipo. Segundo a delegada Sabrina Leles, desde o início das movimentações houve um trabalho de prevenção, que pode ter surtido efeito.

Ainda assim, a delegada cita que o resultado do ataque pode não ter ser imediato. “Pode ser, mas pode vir, também, no futuro. A pessoa ter o dissabor de ver o nome e os dados em uma fraude, sem saber quando ocorreu a invasão.” Ela lembra que, no último fim de semana, a delegacia auxiliou um senhor que clicou no link falso de uma marca de cerveja, que prometia álcool em gel e preencheu os dados. Quando finalizou o cadastro, perdeu acesso a todos os apps do celular.

“Mas conseguimos auxiliá-lo e ele recuperou. Depois levou o aparelho a um técnico de segurança, onde passou o antivírus e o celular voltou ao funcionamento.” De acordo com Sabrina Leles, o número de ocorrências de março para cá foi de 65, mas nenhum relacionado ao aplicativo para saque do auxílio emergencial.

Segundo a delegada, caso o ataque ocorra na conta do usuário, a responsabilidade é da Dercc. Porém, se o invadido for o banco de dados da Caixa, cabe a Polícia Federal, pois se trata de patrimônio da União.

Fique esperto

Segundo o advogado especialista em Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, Rafael Maciel, alguns aspectos devem ser considerados para evitar golpes, como o nome e a empresa responsável pelo aplicativo. “Neste caso do auxílio emergencial, é desenvolvido pela Caixa Econômica Federal e o nome verdadeiro é Caixa | Auxílio Emergencial. Além disso, ele tem sua tela de apresentação o passo a passo para a solicitação do apoio financeiro”, elucida.

Ele aconselha, ainda, a verificação dos ícones dos apps. “Também é sempre bom se atentar aos comentários e avaliações nas lojas de aplicativos. E, o mais importante: não passar os dados pessoais caso desconfie que o app seja falso.”

Questionado sobre o procedimento após cair no golpe, Rafael indica o registro da ocorrência (por e-mail, se não for possível pessoalmente). Caso o seja possível identificar o golpista, pedir a reparação, também, judicial. “Uma vez identificado cabe o dano moral.”

Ele avalia, ainda, que outro grande problema, além do ataque virtual em si, é que as pessoas que se cadastraram, acreditando na veracidade do aplicativo, ainda não tem cadastro de fato e permanecem na espera do benefício. “Por isso, é importante sempre duvidar da fonte e buscar os canais oficiais”, reforça.