Base aérea de Anápolis tem sala secreta onde qualquer gravação é proibida; saiba mais
Base aérea de Anápolis já abriga 11 caças F-39 Gripen, adquiridos da Suécia. Outros 25 ainda vão chegar
Construída em 1972 e projetada para ser o principal centro de defesa aérea do Brasil, a base aérea de Anápolis guarda segredos que só os militares autorizados a circular pelo local conhecem. Algumas dessas informações altamente confidenciais são discutidas apenas entre as quatro paredes da black box, uma sala secreta onde é proibido entrar com qualquer dispositivo de gravação. É nessa sala em que acontecem exercícios táticos, análises de missões e treinamentos avançados.
Em 2022, a Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu 36 caças F-39 Gripen adquiridos da sueca Saab. A Gripen é uma aeronave supersônica que pode atingir velocidade Mach 2, o que equivale aproximadamente a 2,5 mil km por hora (duas vezes a velocidade do som). Um avião que decola de Anápolis consegue chegar em Brasília para defender a capital do País em cinco minutos. Onze das 36 aeronaves adquiridas da Suécia já foram adquiridas, e a base precisou passar por um amplo processo de adaptação para receber essas máquinas de guerra de última geração.
Do prédio da década de 1970, inicialmente concebido para abrigar os caças franceses Dassault Mirage 3, ficaram apenas paredes externas.
No começo de novembro, a Folha de S. Paulo obteve autorização para passar um dia na base aérea. Durante a visita, um piloto treinava sob orientação de um técnico sueco da Saab, que acompanhava dados e imagens projetados em ambiente que mescla elementos virtuais e reais.
A reportagem viu dois simuladores em funcionamento, instalados em salas separadas e rodeados de câmeras. Existe também uma sala equipada com computador, joystick e manete de potência idênticos aos do avião, usada para aprendizado.
A partir de janeiro, a rotina do local será intensificada com a chegada de quatro novos pilotos ao esquadrão, que hoje conta com 13, sendo que desses apenas um não treinou na Suécia e foi formado integralmente em Anápolis —o que se repetirá com os recém-chegados.
“[Em janeiro de 2024] recebemos um piloto oriundo do F-5 [caça americano que será substituído pelos Gripen] que não iria para a Suécia. Isso exigiu bastante do GDA”, diz Fórneas.
Para chegar ao Gripen, o piloto precisa acumular experiência em outros caças da FAB. Segundo o comandante, a concorrência entre os candidatos aptos é de 1 para 10.
Com informações da Folha de S. Paulo