Regime fechado

Caldas Novas: condenado homem que matou companheira com 40 facadas; veja pena

Silvânia morreu aos 38 anos e deixou duas filhas. Tribunal reconheceu crime praticado por meio cruel sem chance de defesa por parte da vítima

Imagem mostra Silvânia, morta aos 38 anos, em Caldas Novas
Silvânia foi brutalmente atacada com uma faca, sem chance de defesa (Foto: Reprodução)

A Justiça condenou o homem que matou a companheira, Silvânia Castro, 38 anos, com 40 facadas em Caldas Novas em fevereiro. O caso ganhou destaque na imprensa como o primeiro feminicídio registrado em Goiás em 2025. O Tribunal do Júri reconheceu que o crime foi praticado com meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O então namorado da vítima, Rodrigo Borges, foi condenado a 50 anos de prisão.

Silvânia e Rodrigo mantiveram um relacionamento por cerca de dois meses. A vítima chegou a se mudar com as duas filhas para a residência ocupada pelo acusado. Entretanto, decidiu encerrar o relacionamento porque ele não contribuía com as despesas da casa. De acordo com a denúncia, inconformado com o término e tomado por ciúme, Rodrigo passou o dia 6 de fevereiro consumindo bebida alcoólica e cocaína.

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Na tarde daquele dia, ainda conforme a acusação, ele passou a jogar fora os pertences de Silvânia na presença da filha menor da vítima, afirmando que ela “pagaria” pelo que estava fazendo. Quando a mulher chegou em casa, por volta das 21h, foi brutalmente atacada com uma faca, sem chance de defesa.

Feminicídio qualificado

A atuação do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi baseada na tese de que o crime ocorreu por razão da condição do sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar. A promotora de Justiça Ayla Quintella Antunes sustentou a acusação durante o júri, e o conselho de sentença acatou, por maioria, os argumentos apresentados.

A juíza Vaneska da Silva Baruki, que presidiu a sessão do júri popular, fixou a pena-base (uma espécie de ponto de partida) em 30 anos de reclusão. No documento, ela considerou a culpabilidade do réu, sua personalidade marcada por egoísmo e ciúme exacerbado, além da conduta social negativa e das consequências graves do crime, que deixou duas crianças órfãs da mãe.

Sentença

Na terceira fase da dosimetria, onde são definidos os prazos da pena, a condenação foi aumentada em função das qualificadoras reconhecidas pelo tribunal, o que totalizou 50 anos de prisão.

A sentença também determinou o pagamento de 50 salários mínimos a título de indenização por danos morais, valor a ser dividido proporcionalmente entre as filhas da vítima. Rodrigo foi preso em flagrante logo após o crime e seguirá detido para cumprimento da condenação.

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Primeiro feminicídio de 2025

Silvânia tinha 38 anos e foi a primeira mulher vítima do crime de feminicídio em Goiás em 2025. Conforme mostrado pela reportagem do Mais Goiás, ela foi encontrada por uma das filhas no banheiro da residência em que morava logo após o crime.

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Apesar de uma redução gradativa dos indicadores, o estado ainda figura em condições alarmantes quando o assunto é assassinato por condições de gênero. Dados do Governo de Goiás mostram que em 2025 o estado registrou uma queda de 23% nos feminicídios no primeiro semestre do ano, comparado ao mesmo período de 2024. O número teria encolhido de 30 para 23.

De 2023 para 2024, o indicador também foi de queda. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSPGO) a redução foi de 17,4% quando comparados os dois anos.

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